sábado, 6 de julho de 2013

AMOR DE INTERNET






                                                           Amor de Internet





   Sabe quando dizem a você;  "não faz isso!" ou; "não acho uma boa ideia!" e algumas pessoas ignoram o "não" antes da frase?
   Pois e'! Foi exatamente o que aconteceu no sistema auditivo da Jeralda, a filha da minha vizinha.
   Ignorou o "não".
   Por enquanto, nenhuma conseqüência, outra alem de alguns fios de cabelo branco na pobre da mulher que, por incrível que pareca se chama "Amélia", tradução do nome Frances "Amelie" que significa "sofredora".
   E a pobre da vizinha tem sofrido com aquela menina...
   A sorte e' que as besteiras que faz são, de certa maneira, inocente e inconsequentes mas, assim mesmo, mãe e' mãe.
   Desta vez foi Amélia que me cumprimentou quando chegava em casa. Exibia com um semblante triste e preocupado quando me olhou...
-  Tudo bem? Perguntei.
-  Alem do fato da minha filha ter arrumado um namorado na Internet, tudo bem. Respondeu.
-  E o que fez você a respeito? Perguntei.
-  Quando o tarado quis me pegar você não disse nada. Respondeu, quando eu disse que deveria
   ter cuidado com quem não conhece por algum tempo.
-  Ela esta' no computador? Falei.
-  Então vou enviar, por e-mail, um poema para ela. Quando você ouvir risos e críticas, e' sinal que
   leu minha mensagem...

   Agora conheci Caio,
   de sua vida eu não saio.
   Eu acho, ele e' meu namorado...
   Melhor do que amar o tarado...

   Nei sei como aconteceu...
   Um dia no computador,
   falando com um amigo meu,
   vi um rapaz gemendo de dor...

   Fiquei com pena do cara,
   falei: Como e' o teu nome?
   - Eu sou o primo da Sara,
   uma magra, sempre com fome...

   Esse aí e' maluco, pensei.
   Porque me fala da prima,
   com quem nunca conversei
   e nem quero, ainda por cima?

   So' sei que conversa vai,
   bem como conversa vem,
   um dia o cara me sai
   com: - Eu sei que te amo, meu bem...

   Pera aí! Com susto falei.
   Teu nome nem tenho ate',
   se te amo ainda não sei.
   Me diz! Te chamas Andre'...

   - Meu amor, meu nome e' Caio.
   Eu moro aqui em São Paulo,
   de casa quase não saio,
   so' tenho um amigo: O Saulo...

   Porque tu não sais de casa,
   não penses que vais me trancar.
   Nem sonhe em cortar minha asa,
   a menos que queiras casar...

   Então, se pretendes casar,
   me deixa dizer o que quero,
   assim tu podes pensar
   se vais fazer o que espero...

   De dia, quando o sol nascer
   e' a hora em que quero dormir...
   `A noite, ao dia morrer,
   de casa eu quero sair...

   Não gosto de lavar o pe'.
   Pra que tanta água gastar?
   Eu sei que tenho chule',
   vê bem se vais aguentar...

   O sovaco todo o dia eu faço.
   E' assim que quero e pronto!
   Mas se eu levantar o braço,
   por certo tu vais ficar tonto...

   Meu sorriso esta' meio torto
   ate' eu tirar o aparelho...
   Aí , com todo conforto,
   vou gostar de me olhar no espelho...

   Ja' tive foi decepção...
   O filho da Santa que amava então,
   a quem dei todo meu coração,
   me traiu. Casou com um negão...

   Também! Eu nunca te vi,
   não sei como você e'!
   E queres que eu fique aqui
   em ti botando minha fe'?

   E se você e' um anão,
   com so' um metro de altura?
   Me diz: que faço então?
   Sem desculpas, me diz criatura...

   Eu acho melhor esperar
   ate' que eu tenha certeza,
   pra contigo não estragar
   toda esta minha beleza...


Copyright 2013 Eugenio Colin

  

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