sexta-feira, 27 de outubro de 2017

A CORTADORA DE PEPINOS











                                                 A Cortadora de Pepinos

     







   Pericarpo era o tipico marido apaixonado...
   Em sua vida não havia lugar para ninguém, a não ser sua esposa...
   Todo dia, após o trabalho, dirigia apressadamente para que pudesse chegar em casa o mais rápido possível e desfrutar da companhia daquela mulher maravilhosa que, havia anos era, sem sombra de duvidas, a pessoa mais importante em sua vida.
   O cara era advogado de uma das maiores e mais respeitadas construtoras do pais. Vivia em uma pequena cobertura na Avenida Vieira Souto, um dos locais mais nobres, caros e cobiçados da cidade do Rio de Janeiro.
   Sua vida não poderia estar melhor, vivia o "sonho americano" em sua cidade natal. Mas, como bom otimista que era, não se importava. Achava que, afinal de contas, mesmo não vivendo nos Estados Unidos, aquele sonho era seu e poderia vive-lo onde bem entendesse...
   Tudo corria bem até aquela manhã fatídica quando, ao chegar ao escritório, foi comunicado que o presidente da empresa havia sido contemplado com um pedido de prisão preventiva, devido ao fato de investigações iniciadas há vários anos terem concluído que ele fazia parte de um esquema de corrupção, formação de quadrilha e evasão de divisas, fatos tão corriqueiros em qualquer parte do Brasil
   E´claro que Pericarpo, como advogado da empresa seria obrigado a defender "seu presidente" perante a justiça, ao que veementemente, devido a seus valores morais, se recusou, ocasionando por este motivo, sua demissão sumaria e imediata.
   Desolado, ao chegar em casa, não teve outra alternativa se não dividir com a esposa, aquele acontecimento que, embora inocente o condenaria a percalços não planejados.
   A solução obvia era arrumar outro emprego, em outra empresa, para poder manter seu padrão de vida.
   Aí a coisa lascô! Parecia que todas as empresas que contatava atravessavam a mesma situação; diretores ou presidentes corruptos sendo investigados a empresas renomadas perdendo sua credibilidades e despedindo todo mundo...
   Após um ano de procura árdua e incessante, o único emprego que conseguiu e "abraçou" apaixonadamente, depois de ter perdido quase tudo e se mudado para o bairro de Bangu, foi o de cortador de pepinos em uma fábrica de conservas...
   Sua vida havia virado ao avesso... Chegava todos os dias em casa "embriagado" pelo cheiro de vinagre e outras "especiarias" e enchia o saco da pobre da mulher com conversas absurdas e sem sentido.
   Uma noite, chegou em casa dizendo 'a mulher que estava possuído por uma terrível compulsão: uma vontade incontrolável de colocar o pênis na cortadora de pepinos.
   Espantada, pensando que aquilo fosse uma forma branda de tentar o sucídio, talvez se julgando inapto de crescer profissionalmente na empresa em que agora trabalhava, a esposa sugeriu que ele procurasse um psicólogo, mas o marido relutou, prometendo que iria pensar no assunto. 
   Foi enrolando, enrolando, enrolando e chateando a esposa com aquele assunto, até que um dia, ela falou: 
-  Então, se vai te fazer feliz e parar de me encher o saco, coloca logo esse negócio na   
   cortadora de pepinos. Você vai ficar capado mas, se te faz feliz, o problema é seu! 
  Dias depois daquela conversa, que aos olhos da esposa havia dado certo, ja' que ele nunca mais voltara a tocar no assunto, ele chegou em casa cabisbaixo, profundamente abatido. 
-  O que foi que aconteceu, querido?
-  Lembra-se de minha compulsão de enfiar o pênis na cortadora de pepinos?
-  Oh, não! Gritou a mulher... Você não fez isso?!?
-  Sim, eu fiz!
-  Meu Deus, o que aconteceu?
-  Fui despedido.
-  Mas, que desgraça! E você se machucou?... E a cortadora de pepinos? Como ficou?
-  Quando descobriram o que fizemos, também despediram a moça que era a cortadora
   de pepinos...







Copyright 8/2017 Eugene Colin

sexta-feira, 20 de outubro de 2017

A ALMA DO NEGÓCIO









                                                       A Alma do Negócio 








   Márcia Melada era professora há mais de 20 anos. Seu currículo era exemplar... Nunca havia faltado um único dia, nunca havia transgredido nenhuma norma da escola, era admirada por professores e alunos...
   O ano letivo estava apenas se iniciando e Professora Márcia, pela primeira vez pegava uma turma de décima serie... Meninas e meninos eram adolescentes, na puberdade, gostavam de namorar, trocavam bilhetinhos durante as aulas, mas nada que sua experiência e praticidade não conseguissem controlar.
   Havia porem um aluno que se destacava do grupo por estar sempre quieto, compenetrado, cabisbaixo... Um dia, ao final de uma aula a professora o chamou e pediu que ficasse mais um pouco.
   Depois que todos deixaram a sala ela perguntou seu nome. Antônio Dotado, respondeu o rapaz...
   Indagou se algo o aborrecia ou se estava enfrentando algum problema. Ele disse que não... Era assim mesmo, tímido, introspectivo... 
   Depois daquele encontro, Antônio, que estava no início de sua puberdade, passou a fixar seus olhares nos dotes físicos da professora, que ate então haviam lhes passado despercebido, principalmente seus enormes seios que quase a impediam de escrever ao quadro-negro.
   Dois meses depois Antônio ja' estava desesperado, não sabia o que fazer para atrair a atenção  da professora. Então, teve uma ideia genial, porem estava em duvidas se a poria em prática...
   Semanas depois, ao entrar na sala de aula, Márcia vê, horrorizada, a inscrição  no quadro negro: "Antônio tem Pau Grande!" Com ponto de exclamação  e tudo, talvez para enfatizar o fato.
   Imediatamente ela apaga a inscrição. e, sem nenhum comentário da inicio `a sua aula.
   No dia seguinte, ao entrar na sala, a mesma coisa, agora com letras maiores: "Antônio tem Pau Grande!" Pela segunda vez ela apaga os dizeres, sem fazer nenhum comentário.
   Por uma semana, a historia se repete...
   Agora, sem saber o que fazer e tentando matar três coelhos com uma só cajadada, professora Melada decide colocar `a prova a veracidade da inscrição...
   Quando a campainha toca, no final da aula, Márcia pede a Antônio que fique na sala...
   Tranca a porta, pega o rapaz pelo braço e o leva para um canto que não poderia ser visto pela janelinha da porta da sala. Ali eta tira a roupa, pede que ele faca o mesmo e, violenta o aluno.
   Agora, pensava ela enquanto se aproveitava do apetite voraz daquele quase menino, se livraria dos dizeres, ja' estava pondo `a prova a veracidade da mensagem e, talvez conseguisse depois daquele ato, manter sua calcinha um pouco menos molhada.
   Duas horas depois, ambos deixaram a sala de aula com a sensação de terem conseguido suas metas...
   No dia seguinte, ao entrar na sala, ela lê no quadro: " A Propaganda e' a alma do negócio!"








  Copyright 2013 Eugenio Colin.

sexta-feira, 13 de outubro de 2017

TECHNOLOGIES...








                                          Technologies...








Nous avons des édifices plus haut mais de moins belles vues,
gagnons beaucoup plus, mais en avons moins,
avons de plus grandes maisons mais de plus petites familles,
plus d'appareils ménagers mais moins de temps,
plus de diplômes mais moins de bon sens,
plus de savoir, moins de jugement,
plus d'experts, plus de problèmes,
plus de médecins, moins de soins,
plus de remèdes mais plus de maladies.

Nous avons multiplié nos possessions mais réduit nos valeurs,
avons réussi dans la vie mais pas notre vie,
avons ajouté des années à la vie mais pas de vie aux années,
allons sur la lune mais incapable de parler à nos voisins,
planifions beaucoup sans accomplir beaucoup,
apprenons à nous dépêcher mais sommes jamais patients,
avons des revenus plus hauts mais le moral plus bas.

C'est le temps des "fast food" et des digestions lentes,
des hommes plus grands mais des caractères plus faibles,
des loisirs plus nombreux avec moins de plaisir,
des belles maisons mais des foyers brisés.

C'est le temps des voyages éclairs,
des aventures d'un soir,
des pilules pour rire ou pour s'endormir,
des bébés éprouvettes,
des clônages et des opérations d'un jour.

C'est le temps des grandes technologies.




Droits d'auteur 5/2005 Eugene Colin

sexta-feira, 6 de outubro de 2017

CADÁVER SEM PINTO










                                                           Cadáver sem pinto.



     




      Aos oitenta e cinco anos de idade, Euraclito preparou a maior festa para comemorar esta data marcante... Sua cerimonia de casamento com Nana', uma loira coxuda, boa pra cacete, com tinta e um anos de idade que, ate' então, jurava para tudo mundo que estava se casando com seu noivo por amor.
   Não tinha interesse nenhum em sua fortuna... Havia ate’ assinado um acordo pre' nupcial segundo ao qual, em caso de separação ou divorcio, não teria direito a nenhum centavo, não poderia exigir pensão ou qualquer outro benefício, nem mesmo direito ao carro novinho que recebera como presente de casamento... A única coisa que fizera questão foi que dormissem em quartos separados, segundo ela, para preservar a saúde de seu marido, ao que ele não se opôs.
   Alguns ate' diziam que Euraclito ja' estava com Mal de Alzheimers, andava meio desligado, `as vezes esquecia das palavras. comia beterraba pensado que era maça, esquecia onde estava, coisas assim... E'! Parece que era amor mesmo.
   A mulher poderia ter qualquer homem que desejasse comendo em suas mãos. Além de bonita e gostosa era muito inteligente e, aparentemente uma boa pessoa... Ninguém estava entendendo porra nenhuma.
   Mas, o fato e’ que haviam se casado, estavam felizes e, festa estava correndo `as mil maravilhas, como planejado, comida e bebida `a vontade. O noivo havia ate', em certo momento, agarrado a cantora do grupo que tocava para animar a festa, puxando a moça para baixo do palco onde cantava, segurando a pobre pela bunda, e tascando-lhe o maior beijo na frente de todo mundo... Nana', compreensiva como sempre, foi la' pediu desculpas `a moca, pegou seu agora marido pelo braço e o levou para o meio da pista de dança. Ele olhou bem para ela e disse:
-  O que você estava fazendo la' em cima do palco?
   A noiva apenas sorriu em resposta... Ja’ estava se acostumando com os hábitos estranhos de seu marido.
   Terminada a festa do casamento, cada um vai pro seu quarto.
   Ana se prepara pra deitar, quando ouve batidas fortes na porta... As batidas insistem...
Ao abrir a porta, ela se depara com Euraclito, com seus 85 anos, pronto  pra ação. Se não estivesse bem acordada, pensaria que aquele velho, pelado, com um cacete enorme apontando em sua direção era um sonho porno-visual...
   Sem muita frescura ela o deixa entrar. Afinal de contas era seu marido...Tudo corre bem e após uma relação quente e vigorosa, o noivo se despede, e vai para seu quarto.
   Passados alguns minutos, Nana' ouve novas batidas na porta do quarto...
   É seu marido, novamente, pronto pra ação, desta vez segurando a"arma" na mão.
   Ela se surpreende, mas o deixa entrar.
   Terminada a relação, Euraclito beija a esposa com carinho e se despede, indo pra seu quarto mais uma vez.
   A nubente se prepara pra dormir novamente, quando escuta fortes batidas na porta.
   Espantada, ela abre e se depara com... Euraclito!!! Mais do que pronto pra ação, com aspecto vigoroso e renovado.
   Ela diz:
-  Estou impressionada que, em sua idade, possa repetir a relação com tanta  freqüência... Namorei homens com um terço de sua idade e eles se contentavam com apenas uma vez.
-  Você Euraclito, é um grande amante!
   O marido, olhando para ela intrigado, diz:
-  Deixa de conversa fiada! Deita logo, tira a roupa sem falar muito porque não tenho muito tempo.
   Se minha mulher me pega aqui, ciumenta do jeito que e,' e descobre que estamos transando, ela e'
   capaz de te cobrir de porrada, me castrar e me transformar em um cadáver sem pinto.




Copyright 1/2015 Eugenio Colin