quarta-feira, 29 de outubro de 2014

COSTELA NO BAFO








                                                          Costela no Bafo







   Raimundo Ramado era um amante da culinária mineira...
   Gostava tanto da gastronomia regional que depois de alguns anos visitando regularmente as cidades do sul de Minas e gastando uma grana filha da puta em hotéis  decidiu comprar uma casa em uma das cidade que costumava visitar.
   Não queria saber de Caxambu. Ouvira dizer que as águas minerais da cidade faziam com que os homens virassem bichas, boiolas como se diz hoje em dia. Gostava de Lambari mas, ouvira dizer que, na cidade, as moças novas assaltavam sexualmente os homens de mais idade. Não necessariamente uma desquapólificação mas, Raimundo era bem casado e, além do mais nunca teve coragem de encarar Raimunda, sua esposa, boa pra cacete, tarada pra cacete, brava pra cacete, macho pra cacete... A última coisa que nosso herói queria era aborrecer sua amada, a menos que tivesse perdido, por completo, seu amor `a vida.
   Em uma viajem de alguns dias a Cambuquira, achou a cidade muito pequena, embora tenha gostado muito. Gostou também de Campanha, cidade histórica, repleta de casarões antigos mas, sem atração nenhuma, a não ser a arquitetura colonial...
   Por eliminação, resolveu compra uma moradia em São Lourenço, cidade um pouco maior, dona de um parque de águas capaz de fazer inveja a qualquer cidade europeia. Ruas limpas, população alegre e hospitaleira, estrategicamente localizada entre o Rio e São Paulo, aliás, perto de todas as outras cidades do circuito da águas da região.
   Resolvido! Com a aprovação de Raimunda, Raimundo comprou uma casa com a qual  ja' havia se encantado, em uma das viagens anteriores.
   Agora, com ambos finalmente aposentados, poderiam viver em sua casa no Rio de Janeiro, ou na casa da família de sua esposa em São Paulo ou na nova residencia em São Lourenço.
   A primeira providência, naturalmente era limpar, pintar e mobiliar a casa, tarefa fácil, se contarmos que, o que os dois tinham de tralha dava para mobiliar umas dez casas daquela.
   Depois de um mês de trabalho incansável, finalmente o “ninho” estava pronto para ser habitados pelos dois urubuzinhos... E’ verdade! Tinham deixado de ser pombinhos há muito tempo. Raimundo ate' que não era dos piores mas, Raimunda... Essa sim fazia jus ao nome; feia de cara e boa de ... bondade mesmo. Mas, o importante e’ que os dois se entendiam `as mil maravilhas. E’ claro que o pobre o marido não tinha opção mas, não importa... Viviam bem e pronto!
   Naquele dia, em que haviam terminado seu trabalho, decidiram almoçar fora.
   O único restaurante que ja' conheciam estava localizado na rua principal da cidade. Se arrumaram, fecharam a casa e la se foram.
   Decidiram andar ate' o local escolhido. Não era longe! Aliás, nada era longe naquela cidade de pouco mais de cinquenta quilômetros quadrados...
   Andando de mãos dadas, felizes com sua nova vida de vagabundagem bem merecida, olhando para os lados, Raimundo quase tropeça em um cartaz, acintosamente postado no meio da calçada... “Costela no Bafo”, dizia o poster.
-  O que sera' isso? Parece bom! Quer experimentar? Disse ele para sua esposa.
-  Vamos perguntar do que se trata antes? Sugeriu a esposa.
   Depois de ouvirem alguns detalhes da preparação da iguaria, resolveram provar.
   O aroma era maravilhoso. Quando viram a apresentação do prato, imediatamente descobriam que haviam feito a escolha certa. Alguns minutos depois, ao término da refeicao, regada de uma pinga local “da melhor qualidade”, não resistiram e, os dois fizeram questão de parabenizar ao dono do estabelecimento pela melhor costelinha de porco que jamais haviam degustado.
   Tudo havia sido perfeito! A única coisa que chamou atenção de Raimundo e Raimunda foi um homem enorme, quase dois metros de altura, de pe' ao lado da entrada da cozinha. Imóvel! Não ria, não falava... Ate' seu olhar era fixo em um ponto futuro bem `a sua frente...
-  Deixa pra la' mulher! Vai ver e' o segurança do restaurante. Disse Raimundo `a sua esposa.
  “ O dia não poderia ter sido melhor”... Concordaram um com o outro ao se deitarem para dormir.
   Mais alguns dias na cidade e voltaram ao Rio para cuidarem de algumas pendencia e, ao mesmo tempo, ajustar tudo, em acordância com a nova vida pela qual optaram.
   Em menos de uma semana estavam de volta `a São Lourenço. A cada chegada, assim que avistavam as primeiras casas da cidade, a emoção era grande, como se nunca ali estivessem estado.
   Depois de dois dias de passeios pela cidade, resolveram dar uma “esticada” ate' Caxambu. Assim que chegou na cidade Raimundo olhava preocupado... Não queria saber nem de pisar em água.
   Na hora do almoço, quando sua esposa pediu uma garrafa de água mineral para acompanhar a refeicao, seu marido disse:
-  Você vai beber isso?
-  Claro! Estou com sede... Vou comer pururuca `a seco? Não da' ne'!
-  Mas dizem que ela faz homem virar bicha. Disse Raimundo em voz baixa.
-  Primeiro, eu não sou homem. Segundo, você não jurou “na alegria ou na pobreza, na
   saúde ou na doença"?
-  E’ mas nunca prometi na normalidade ou na bichice...
-  Como e’ que eu vou virar bicha se eu sou mulher? Respondeu Raimunda...
-  Sei la’! E se você virar homem?
-  Se eu virar homem vou fazer com você a mesma coisa que você faz comigo, mesmo quando
   reclamo que não aguento nem sentar...
-  Seja o que Deus quiser! Ponderou Raimundo.
   O dia foi agradável, a refeicao foi boa mas, nem se poderia comparar com aquela que haviam provado em sua cidade.
   No dia seguinte, ja' com saudades, resolveram almoçar no “Recanto do Lelê”, aquele restaurante no qual dias atrás havia provado o melhor almoço de suas vidas...
   Desta vez parecia que estava melhor ainda. Tudo perfeito... Ate' o tal do gigante estava la' no mesmo lugar, como uma estátua, olhar fixo, atitude amedrontadora. Desta vez Raimunda ate' perguntou ao dono, ao cumprimenta-lo mais uma vez, agradecendo pela excelência, se ele poderia dar a receita. E’ claro que Seu Lelê se negou, alegando que se tratava de segredo de família.
   O tempo passava e, pelo menos duas vezes por semana la estavam Raimundo e sua esposa Raimunda degustando sua favorita costela no bafo, regada de uma pinga local, “da melhor qualidade”... Agora, já fazia parte do calendário gastronômico do casal; Terça e Sexta, dias de “Recanto do Lelê”. A esta altura ja' nem estranhavam mais o tal do gigante, sempre no mesmo lugar, como uma estátua...
   No dia em que fez um ano de visitas semanais ao restaurante do Seu Lelê, Raimunda, que não era muito de bebida, tomou tanta pinga “da melhor qualidade” que começou a insistir com seu marido para pedir a receita da tal costelinha... A mulher estava fissurada no prato... Tinha que saber o segredo. Agora era uma questão de honra.
   Raimundo, mais acostumado a controlar os efeitos do álcool, ponderava com a esposa que não era preciso saber como cozinhar aquela maravilha da cozinha local. O restaurante estava, praticamente ao lado da casa onde moravam e, cá entre nos, era muito mais fácil sair para comer fora do que empestear a cozinha de gordura...
-  Me larga! Esse puto vai ter que me dar a receita... Hoje, do jeito que eu tô, sô capaz
   ate’ de cobrir o gigante de porrada. Vociferou Raimunda, enquanto era contida por
   seu marido que tentava mante-la sentada `a mesa.
-  Ta bem! Fica aqui quietinha que eu vou falar com o homem... Disse Raimundo.
-  Mas nunca! Você pode ate' falar com o cara mas, eu quero ta' la junto pra ouvir. Disse a esposa 
   gesticulando mais do que cantora popular na  década de sessenta.
   Raimundo, pacientemente ajudou a esposa a se levantar, e com ela a tiracolo foi em direção ao dono do estabelecimento.
-  Seu Lelê, o negócio e' o seguinte: minha esposa aqui bebeu demais e cismou que o senhor vai ter
   que dizer qual o segredo desta costela maravilhosa...
-  Seu Lelê, eu prometo que nunca vou fazer este prato. Só quero saber de onde vem tanto sabor...
   Conseguiu ela, a duras penas, falar com o anfitrião.
-  Ta bom! Vocês são fregueses constante, amigos queridos e, por isso mesmo eu vou dizer...
-  Mui brigado Seu Dono! Mui brigado!!! Disse Raimunda, literalmente pendurada no braço do
   marido.
-  Tempos atrás, antes de vocês começarem a frequentar meu restaurante, um dia fiz uma pergunta ao
   Juvenal, aquele cara grandão que fica sempre parado `a porta da cozinha... `Aquela época ele era
   novo na casa e, quando me respondeu, eu quase morri. O cara tinha um mal hálito horrível. Nesta
   mesma hora, enquanto ele me respondia, um garçon passou com uma bandeja de costelinha bem `a
   frente daquela boca bafuda... Quando eu corri atrás do funcionário, tentando impedir que ele
   servisse aquela costela ao cliente, ja' era tarde. O homem ja’ tinha dado a primeira mordida e
   quando me viu aproximando, me pegou pelo braco e disse: “excdelente, esta costelinha. O senhor
   esta' de parabéns”... Depois disso, comecei a treinar o Juvenal a dar uma baforada discreta em todos
   os pratos que servimos e, o resultado, e' o que vocês conhecem...
-  Incrível! Respondeu Raimunda
-  Isso e’ verdade? Indagou Raimundo.
-  Claro! Mas e’ feito com toda discrição, assim que temos uma certa quantidade de costelas para
   serem preparadas, e dentro da cozinha, para que ninguém saiba, ou veja...
   Os dois saíram satisfeitos com a explicacao, ou enojados... Se voltariam ao restaurante? So' os próximos dias diriam...
   O mais importante e' que seu Lelê, aproveitando-se do fato dos dois estarem bêbados, como poucas vezes viu, achou que seriam capazes de acreditar naquele absurdo.
   Ele preferia arriscar a perder clientes assíduos do que criar confusão em seu restaurante ou, pior ainda, ter que revelar o segredo de suas famosas “Costelas no Bafo”.









Copyright 10/2014 Eugenio Colin

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

POETRY









                                                         Poetry



                              To you my friend whom may write poetry
                              and so often rhyme  avalanches with  knee ,
                              maybe you should look, on a dictionary, let’ s say,
                              called “Pai dos Burros”  on a country far away,
                              to really understand what poetry means,
                              and then, by thinking or reading, to glean
                              words that will, on the right way convene.

                              Po.et.try: To write on emotional form,
                              experience in language must also be norm,
                              words to be arranged creatively to compound
                              beauty in meaning, of rhythm and sound.

                              Maybe if you try somehow harder next time,
                              you’ll be a poet and your lines would rhyme.
                              Oh! Let me tell a wee secret to you:
                              metric is also very important too.

    I wrote this poem years ago and sent to a radio talk show host to make fun of him, whom used to air "poems" with no rhyme.
   Days letter, while driving to work, I heard him reading my poem, on air, and thanking for the "contribution"...
     A few months later I sent it again, this time to enter a contest on a “Poetry Society” in America, which used to publish every kind of nonsense... It was my way to say that, if there’s no rhyme is not a poem... Not to say that “prose” has no literary value but, it’s “prose”, not “poem” and, just between us, a lot easier to write... Of course they deleted my entry.

   Days ago, reading a British Newspaper, I came across with this article from 2008.

   The Queen's English Society demands rhyme and metre in poems...

   The Observer on Sunday 13 April 2008 wrote:

   Sunday 13 April 2008.
   When Oscar Wilde argued that a 'poet can survive everything but a misprint' he had not foreseen the formation of the Queen's English Society.
   Members of the group, set up to defend the 'beauty and precision' of the English language, have turned their attention to contemporary poetry and poets, arguing that too often strings of words are being labelled as poems despite the fact they have no rhyme or metre.
   The campaigners say that there should be a new definition of poetry, outlining the characteristics needed before a piece of work can be called a poem.
   'A lot of people high up in poetry circles look down on rhyme and metre and think it is old-fashioned,' said Bernard Lamb, president of the QES and an academic at Imperial College London. 'But what is the definition of poetry? I would say, if it doesn't have rhyme or metre, then it is not poetry, it is just prose. You can have prose that is full of imagery, but it is still prose.'
   The campaign is being spearheaded by Michael George Gibson, who said it was 'disgraceful' that the Poetry Society had failed to respond properly to his demands for a definition. 'For centuries word-things, called poems, have been made according to primary and defining craft principles of, first, measure and, second, alliteration and rhyme,' said Gibson. 'Word-things not made according to those principles are not poems.' True poems, he said, gave the reader or listener a 'special pleasure'.
Carefully structured verse is relatively inflexible to change. (For example, if an editor/director wishes to alter a passage of prose, it may be easily done; if the passage is written in verse, the task may be more difficult).


   It was like they’ve had read my lines and wrote about them...
   Well, at least I’m not alone on my “crusade”! And what “partners” I have, setting the guides for poetry.







Copyright 9/2014 Eugenio Colin

quarta-feira, 15 de outubro de 2014

GRANDE PICASSO









                                                                 Grande Picasso









   Arnudo Bichou, acabara de realizar o sonho de sua vida... Estava super feliz e agradecido `a sua esposa Marta Talco pelo nascimento de seu primogênito.
   Amante das artes e, ao mesmo tempo talvez tentando vingar-se de seus pais, decidiu dar a seu filho o mesmo nome de um dos maiores pintores da humanidade, a quem admirava severamente...
   Se filho se chamaria Paulo Diego Francisco de Paula João Nepomuceno Maria dos Remédios Cipriano da Santíssima Trindade Mártir Patrício Luiz Clitóris e Picasso Bichou, tradução literal do nome do famoso pintor com apenas uma adaptação que, segundo ele parearia com a alcunha que definiu o pintor através dos tempos. O “Bichou” só entrou ali para dizer que o menino não era filho de chocadeira.
   Após alguns anos, quando o garoto começou a frequentar a escola, alvo de maldosas gozações, percebeu que talvez, em sua vingança, tivesse cometido um erro maior e mais grave do que seus pais. Só esperava que, que a adaptação ao nome do pintor não se tornasse uma sugestão maleficamente profética, nem desse ideias a seu herdeiro de se tornar um hermafrodito.
   Anos depois, sempre pensando no fato, andava um pouco mais tranquilo, depois que a terceira empregada doméstica se demitiu após relatar que o rapaz abriu a fechadura de seu quarto e, quando ela acordou assustada, viu o Picasso balançando `a sua frente já concluindo seu intento carnal que a embranqueceu com pavor...
   “Dos males o menor!” Pensava Arnudo, toda vez que acertava as contas com a empregada, tentando se desculpar pelo filho quando, na realidade, estava era muito satisfeito... Pelo menos seu filho era macho e, reparando bem, quando as “moças” a ele davam as costas, até que o menino tinha bom gosto... Especialmente Ermengarda, a ultima a se demitir, não era de se jogar fora. Pensando bem, dava de dez a zero na Marta Talco, sua esposa. Sentiu foi uma certa inveja do menino ao pensar: “se fosse eu ela não escapava, nem que eu tivesse que dopar a mulata”...
   Mas, o pior estava para vir...
   Aos dezoito anos, ao iniciar o cursinho para o ENEM, seus colegas, mais maldosos, ao saberem de seu nome completo, esqueceram o “Picasso” e, por causa do penúltimo nome, o apelidaram de “Babaca”.
   Ai o cara pulou... Embora na realidade, sabia ele, seus atributos físicos não fizessem jus a seu ultimo nome, ele não se importava... Ser chamado de Picasso era uma honra. Alem disso, ninguém nunca havia visto... Como poderiam desmentir ou apelida-lo que Piquinha?
   Agora, “Babaca”? Era demais! Não podia tolerar tamanha ofensa...
   Certo dia, ao saírem da aula, procurou Zé Melâncio para tomar satisfações... Tarde demais! A esta altura, todos os colegas sabiam que ele era o “Babaca”.
   Xinga daqui, argumenta dali, nada! Mesmo que o Melâncio quisesse, nada poderia ser feito. A única solução cabível era seguir pelas vias físicas, ou seja, cobrir o cara de porrada... Dançou! O colega lutava Karatê e só não machucou mais o Babaca porque ficou com pena...
   E agora? Se pelo menos o tivessem visto tomar banho e o apelidassem de Pintinho não seria tão humilhante...
   Em sua mente, a única maneira de se vingar de Melâncio, metido a galã, era namorar a garota mais bonita do cursinho...
   Por uma semana, Babaca, quer dizer, Picasso, prestou enorme atenção a todas as meninas. Não falava nada. Só butucava... Tomava em consideração altura, atributos físicos, desenvoltura, comportamento, som da voz, cor dos olhos... Enfim era como se fosse juri de um concurso de Miss Brasil...
   Reservou o Sábado para o desempate entre as duas melhores qualificadas: Ingrid, uma loira alta, lábios finos, olhos azuis, nariz afilado e empinado, filha de Suecos, rica pra cacete, a notar pela maneira como se vestia, gestos sofisticados, fala pausada, vocabulário próprio e pensado... O tipo da garota que o Melâncio gostaria de namorar e, Maria Mujinha, uma mulata baiana, de olhos verdes, lábios grossos, cabelos pretos e lisos, nariz grosso e chato, aparentemente muito simples e pobre mas... olha! Mais bonita do que qualquer mulher do mundo, além de, obviamente, ao notar seu rebolado, que fazia com que as saias rodadas que sempre usava, se movessem de um lado para o outro, como aquelas havaianas dançando “hula”, gostosa pra cacete.
   Mas a duvida persistia... O fato e' que, os olhos verdes da mulata não saiam da cabeça do Babaca, quer dizer, do Picasso mas, por outro lado, namorar a Ingrid significaria dar um tapa na cara do colega abusado.
   Outro problema... Como iria se apresentar `as colegas? As aulas haviam apenas começado e os colegas ainda estavam se conhecendo, não havia tido tempo de muita interação entre eles. E’ claro que não poderia chegar para uma ou outra e dizer:
 Ola! Sou o Babaca...
 Ola! Sou o Picasso, pior ainda. Seria como fechar as portas do futuro para sempre.
   Mas, o cara era esperto, apos pensar por algum tempo resolveu que um “encontro” casual seria a melhor opção... A escolhida receberia um encontrão na bunda, quando estivesse de costas para ele. O ato teria força suficiente para fazer com que a eleita deixasse cair todos os livros que abracava, sem, e' claro, machucar ou derrubar a “felizarda”.
   Genial! Agora só faltava escolher quem.
   Aquela duvida estava fazendo com que o Picasso ficasse com a cabeça dolorida.
   Aqueles olhos verdes... Mas, por outro lado, namorar a Maria significaria abdicar da vingança para sempre e, talvez abrir o caminho para o seu desafeto... O Melâncio jamais chegaria perto de uma mulata... Ele era muito esnobe, ja' estava bem claro.
   E’! Não tinha jeito... Tinha que namorar a branquela... Decidido!
   No dia seguinte, logo `a entrada do cursinho, a oportunidade ideal se apresentou. Na hora em que mencionou entrar na porta da sala, Ingrid correu para entrar `a sua frente.
   “E'” agora!” Pensou!
   Assim que se preparou para o “ataque” recebeu uma porrada que o atirou longe da Ingrid, de seus pertences e, da porta da sala.
   Ainda estava meio grogue, sem saber o que aconteceu quando viu bem `a sua frente um par de mãos delicadas, unhas vermelhas e bem manicuradas... Olhando um pouco mais acima pode ver aquele par de olhos verdes que rondavam seus sonhos por alguns dias e uma voz desgrenhada dizendo:
-  Num si avexe não colega... Sô meia zangaralhada assim mesmo... Mi dexa ajudar!
   Nosso amigo estendeu a mão, sem pensar... Quando já de pé, perto da mulata, foi por ela abraçado, seu joelhos fraquejaram. Só não caiu ao chão porque Maria o segurava pela cintura... O coração do Picasso batia tao rápido que ele pensou que ia morrer ali mesmo...
   “A Ingrid? Esquece a branquela, não troco essa baiana por nada na vida”... Pensou enquanto era paparicado pela colega.
   Agora mesmo e' que o apelido pegou. O Babaca estava namorando a única mulata da classe mas, quer saber? O cara nem ligou, estava era feliz... Passaram a sentar juntos, se ajudar e destacarem entre os outros alunos...
   Uma semana depois, Maria Mujinha o convidou para conhecer seus pais.
   Picasso não era muito familiar com a cultura Baiana. No almoço, ao lado da nova namorada, comeu acaraje', vatapá e arroz doce de sobremesa... Adorou!
   Resumindo a história... Picasso e Maria Mujinha nunca mais se separaram... Estudaram juntos. Se formaram juntos. Fundaram sua própria firma de arquitetura e se mudaram para uma cidade do interior de Minas Gerais onde continuam a prosperar...
   Anos mais tarde, quando se casaram, na noite de núpcias, Maria Mujinha confessou que se havia se apaixonado por ele, `a primeira vista e, como era muito tímida, bolou aquele esbarrão para que pudessem se aproximar.
   Naquela mesma noite descobrira também, ja' que haviam feito um mutuo voto de castidade ate' o casamento, que seu agora marido, não fazia exatamente jus ao seu nome, ou apelido se preferirem mas, em compensação havia presenciado uma especie de “milagre dos peixes”... Acabara de ver algo muito pequeno se multiplicar em tamanho de uma tal maneira imponente que ate' ele mesmo, Picasso,  se impressionara...
   O fato e' que hoje, estava de saída, `as pressas para o Aeroporto da cidade, onde receberia seus pais e os de Mujinha, para que juntos comemorassem o nascimento da primeira filha dos dois...
   E’ claro que havia aprendido a lição. Não queria saber de nomes como Bibinha, Cabrocha, Luluca, Periquita, Xana ou coisas parecidas...
   Nada melhor que dar `a menina o nome de Maria, o mesmo nome da mãe, nome forte simples, nome da sua amada, sua esposa, mulher maravilhosa que soube, como ninguém, conquistar seu grande Picasso..
  
  
  
  





Copyright 9/2014 Eugenio Colin
  

terça-feira, 7 de outubro de 2014

A TEORIA DO DIVÓRCIO









                                                 A Teoria do Divórcio







   Naquela manhã Adão havia acabado de acordar...
   Na realidade ele acabava de ter sido criado alguns dias atrás e ainda não havia se acostumado por completo a dormir no chão. Diga-se de passagem não se sabe porque (a cama ainda não havia sido inventada). Olhou para um lado, para o outro e ficou abismado... Tudo tao bonito! Jardins bem cuidados, flores diversas, cada qual mais linda do que a outra, o céu muito azul...
   “Estou no paraíso!” Pensou... E estava mesmo!
   Levantou, coçou a bunda, deu uma espreguiçadinha, passou a mão num monte de frutinhas pretas que estavam bem a sua frente e botou uma na boca...
   “Porra! Que troço ruim...” Pensou, cuspindo tudo num impulso.
   Ninguém sabe o que ele comeu (os nomes das frutas ainda não haviam sido inventados).
   Andou mais um pouco e pegou outra fruta, meio amarelada, parecendo com uma bola de futebol Americano, de uma cor aboborizada, macia por dentro, cheia de sementinhas pretas que descobriu `a primeira mordida. Dessa ele gostou! Comeu umas cinco, com casca e tudo ( a faca ainda não havia sido inventada).  E’ claro que, algum tempo depois, que não pode ser exatamente descrito (o relógio ainda não havia sido inventado), teve uma puta caganeira. Aos primeiros sintomas, aquela revolução no estomago e barriga, correu para trás de um arbusto e deixou cair... So’ não da’ para entender porque correu para trás da arvore ja’ que era a única pessoa habitando o paraíso... Azar do esquilo que, apesar de ter saído correndo, quando pressentiu o “desastre”, ainda teve uma parte de sua cauda infectada pela diarreia do homem, que era novo ali mas agia como se ja’ fosse dono do pedaço ha’ muito tempo.
   A única saída era esfregar a bunda na grama para amenizar a porcalhança (o papel higiênico ainda não havia sido inventado).
   A este ponto, começamos a duvidar historicamente da inteligência do cara. Vivia entre dois rios. O Tigre e o Eufrates mas, mesmo assim optou por outros métodos de limpeza, não tao eficazes e mais doloridos. Aquela manhã não havia começado muito bem! Não que ele tivesse reclamado. Também, reclamar para quem? Não existia ninguém mais no paraíso...
   O tal do homem andava o dia inteiro. Daqui pra ali, sem nada pra fazer, a não ser enfiar algo no pe’ de vez em quando, ja’ que andava descalço (o sapato, nem a sandália haviam sido inventados). Pior era ficar com um monte de espinhos e sujeira enfiados no pe’. O cara era tão burro que não sabia nem tirar espinhos. O grandes tudo bem. Não tirava por falta de experiência e, os pequenos, justiça seja feita, não poderiam ser extraídos (a pinça ainda não havia sido inventada).
   Depois de alguns meses vivendo no paraíso, o cara ja’ estava a ponto de se suicidar e, assim,  atrapalhar os planos do criador (O computador,  internet, televisão, automóvel, motocicleta, livros, shoppings, ainda não haviam sido inventados). Não dava para aguentar tanta solidão, sem falar de alguns bichos chatos pra cacete como gatos que miavam o dia inteiro, pernilongos que azucrinavam seus ouvidos além de pica-lo com voracidade, lobos que uivavam a noite inteira, galos que começavam a cantar muito antes do sol nascer, um monte de patos selvagens que voavam como barata tonta sem saber pra onde ir, e ainda os morcegos que, toda noite, insistiam em morder a bunda do pobre do homem, pensando que se tratava de melão maduro.
   Pensando bem, a vida não era tão maravilhosa assim no tal do paraíso...
   Sabendo do que se passava na cabeça do cara, um dia, enquanto dormia, a providência divina pensou em arrancar uma de suas costelas e, Eva, a primeira mulher do mundo, foi criada.
   Quando acordou, Adão estava com uma puta dor nas costas. A principio pensou que havia dormido de mau jeito mas, quando viu uma mulher, pelada `a sua frente, aí e' que não entendeu nada.
   Aquele primeiro encontro foi arrasador... Ao reparar bem, notou que sua “amiga” tinha duas bolas no peito, como duas laranjas bicudas, coisa que em seu corpo não existia e, olhando com alguma atenção, notou que ela não tinha nada pendurado entre suas pernas... Aquela criatura, certamente era doente, fisicamente deformada, não era possível!
   A principio, um olhava para a cara do outro com uma curiosidade exemplar... O fato de não saberem falar dificultou, em muito, a comunicação entre os dois.
   Adão tocou as deformidades peitoris daquela criatura e fez um gesto como se tivesse indagando: “O que e’ isso?”
   A mulher, que ainda não sabia que se chamava Eva, fez um sinal, como se estivesse respondendo: “Como e’ que eu sei? Acabei de chegar aqui e dou de cara com uma criatura cabeluda, fedida, bafuda, me olhando como se eu fosse uma assombração...”
   O negocio estava complicado! A comunicação entre os dois estava difícil... Eles faziam o que podiam pra tentar se entender... A principio, Adão achou que aquela criatura era uma intrusa... O paraíso era so’ dele, e ela so’ estava ali para complicar... Nem ele ainda sabia quanto!
   Mas, como bom anfitrião fazia o possível para “aturar” as feminilidades da estranha. Uma das coisas que mais o aborreceram foi quando Eva tampou o nariz e abanou o ar num dia em que Adão soltou um peido. Pratica comum antes da “intrusa” ali aparecer. E’ claro que ela não sabia que o som e o cheiro, caraterizavam um peido mas, o fato, e definitivamente o cheiro a incomodavam. Quando viu aquela atitude puramente feminista pensou com seus cabelos (os botões ainda não haviam sido inventados): "Como se ela nunca fosse peidar... Deixa ela começar a comer batata doce!..."
   Com o tempo, os dois aprendiam a conviver com os animais que ali co-habitavam. Eva gostava de ratos, jacarés, corujas, cobras... Ja’ Adão, preferia macaco, pinto, galo, leão, girafa, bichos assim...
   A vida continuava sem maiores implicâncias mutuas. Aparentemente os dois tentavam aprender a conviver em harmonia.
   Um dia, tempos depois, Eva chega toda lânguida, rebolando, senta-de ao lado do Adão e lhe oferece uma maça. Adão não entendeu nada... A “comunicação” entre eles não era assim tão íntima mas, como estava com fome, aceitou a oferta e deu uma mordida na tal da maça. Pronto! Era só o que faltava. De repente, aquela estranha parecia Marilyn Monroe aos seus olhos. Ainda deu mais uma olhada para a mulher, mordeu os lábios e, partiu pra cima dela. Eva, assustada, saiu correndo, sem saber o que mais fazer. Ainda assustada, após correr mais de um quilometro, finalmente cansou e caiu ao chão. Adão nem pensou. Caiu em cima dela e, pumba! Instintivamente descobriu o porque das diferenças físicas e como usa-las em beneficio mutuo. Eva, que a principio era temerosa e relutante, de repente, depois que provou o "fruto proibido", pelo acontecido, gostou, já que depois da primeira “mordida” vivia atrás do Adão. Não queria mais nada na vida. O cara porém, estava tão cansado o dia todo que muitas vezes, quando Eva conseguia agarra-lo, fazia um sinal característico, querendo dizer que estava com dor de cabeça. Adivinha se adiantava? O homem já ate' andava com as pernas abertas, todo assado. Por muitas vezes pensou em fugir para outro lugar, tentando se livrar daquela tarada mas, sabia que não adiantava. Ela acabaria descobrindo...
   Um dia, numa de suas fugas, depois de horas procurando por seu companheiro, Ela viu um cavalo. Olhou, pensou, pensou, mas depois, pensando melhor, olhando melhor, desistiu...
   Não ficou muito claro o que aconteceu mas, o fato e’ que, não se sabe como, nasceu Cain, seu primeiro filho. Adão achava que o menino não tinha nada dele. Completamente diferente. Eva, negou qualquer traição, gesticulando que nenhum outro homem habitava o paraiso... Também, naqueles dias as “regras” não eram bem claras mas, mesmo assim, ignorando a lógica dos fatos, Adão, dando uma de machão, se sentiu ofendido e exigiu o divórcio. A mulher não entendeu nada. Nem sabia o que era divórcio. Ate’ jurou ajoelhada sobre espinhos (garrafas de vidro, para que ela pudesse quebrar e fazer caquinhos bem pequenos e ajoelhar sobre eles, ainda não haviam sido inventadas) que não havia feito nada errado. Adão no entanto, deu mais uma olhadinha no “menino” e foi categórico... Divórcio!
   E’ claro que ele não sabia ao certo como materializar suas intenções. O mundo ainda não tinha advogados, tabeliães, juizes (eles ainda não haviam sido "inventados") mas, em sua mente, ja’ estava divorciado. Pronto!
   A história não relata eficazmente os acontecimento factuais... Sabe-se contudo que tiveram outo filho, Abel que, teoricamente, poderia ter sido concebido antes da descoberta da traição fatal que dilacerou o coração do pobre do Adão. Ainda, 130 anos mais tarde teve um terceiro filho, Seth. Este, provavelmente não  era filho de Eva e sim de uma mulata africana que, não se sabe como, apareceu no paraíso.
   Dito por não dito, fato por não fato, na confusão daqueles dias em que a civilização ainda engatinhava, fica registrado, como evidência, a teoria do divórcio..








Copyright 9/2014 Eugenio Colin

quarta-feira, 1 de outubro de 2014

VAGABAL







                                             


                                                                      Vagabal









   A língua portuguesa e’ notoriamanente a mais rica entre todas. Uma situação, um objeto, um acontecimento podem ser descritos de inúmeras maneiras...
   Temos palavras alegres, tristes, sombrias, em nosso vocabulário...
   “Bagulho” e’ uma palavra engraçada. “Chinfrim” e’ outa delas. “Matusquela”, “xexelento”, “quiproquó” (do Latim quid pro quo - uma coisa em vez de outra) são outros exemplos...
   “Antes de ferir um coração, certifique-se que você não esta’ dentro dele” ou, “as pessoas que mais amamos são as que mais nos decepcionam porque acreditamos que são perfeitas e esquecemos que são humanas”, formam exemplos de frases que nos fazem emocionar e refletir...
   Existem também palavras “importadas” que através dos tempos fizeram parte do dicionario de nossa língua...
   Pintar, por exemplo, vem da palavra inglesa “to paint”.
   Forro’, outro exemplo, vem de “for all”, bailes que os Ingleses promoviam e era permitidos para todos que quisessem comparecer: para todos.
   Gol, e’ outra palavra derivada do inglês “goal” que naquele idioma significa também uma meta a ser atingida, algo que se pretende realizar ou conseguir.
   E por ai vai...
   Alem das palavras importadas, outrossim existem as que foram inventadas e que depois de cair no vocabulário popular, entram, por esta porta, para a nossa literatura.
    Alhures, alguns escritores ou autores criaram palavras...
   O termo “Robo”, foi criado pelo escritor Karel Capek, que escolheu a palavra Tcheca que significa “trabalho escravo” para definir o estilo de produção mecânico em seu livro “Rossum’s Universal Robots”, de 1921. A palavra foi utilizada mais tarde, em 1941, por Isaac Asimov, que criou também o termo “robótica”.
   O profissional “freelancer” é aquele que presta serviços sem um vínculo empregatício e por um curto espaço de tempo. O termo foi usado pela primeira vez no livro Freelancers, de Sir Walter Scott, representando pessoas mercenárias que vendiam sua lealdade.
   Charles Dickens, em “Grandes Esperanças”, foi quem usou a palavra “capacho” pela primeira vez no sentido de se referir a alguém que permite que outras pessoas “limpem suas botas” em cima dele.
   No Brasil, também criamos... “Safanagem”, palavra composta de “safadeza” e “sacanagem”, ainda não foi reconhecida oficialmente pelos vocabulistas mas, para muitos, significa coisa muito boa... “Farfonha” e’ outra palavra inventada, assim como outras ainda não reconhecidas ou descritas oficialmente, para substituir o orgão da mulher idolatrado por uns mas, ao mesmo tempo, repugnante aos boiolas...
   Existem também palavras que tomam emprestado um significado totalmente diverso. Por exemplo: “Pinto” muitas vezes não se refere a uma ave, bem como “perereca”, muitas vezes, não tem nada a ver com rãs.
   Os exemplos são vastos e vários.
   Como em todos os léxicos, no nosso, do mesmo modo, existem palavras que ferem ou chocam, que quando pronunciadas deferem uma conotação pejorativa ou ofensiva mas, que por outro lado precisam ser usadas para, adequadamente, qualificar o fato, objeto ou acontecimento.
   Entre as mais notórias estão, vagabundo, ordinário, que denunciam varias denotações. Devem sempre se referir a uma pessoa mas `as vezes definem um objeto, por exemplo...
   Ha’ pessoas que não gostam, e ate' mesmo evitam, o uso de palavras como estas. Porem, em certas ocasiões, o uso e' pertinente e mesmo imprescindível para definir ou qualificar, ou mesmo, adequadamente expressar o pensamento intendido (que tambem, se trata de uma palavra “importada” do vocabulário Inglês: “to intent”).
   Muitas pessoas no entanto não aderem ao uso deste tipo de palavras.
   Semanas atrás, conversando com uma das mulheres mais lindas que jamais conheci, ouvi uma expressão pela primeira vez...
   Referindo-se a um objeto que possuía, falou:
-  Não usa esse não! E’ muito vagabal...
-  Vagabal? Perguntei...
-  E’! Você sabe... Mal feito,. sem qualidade... Ouvi em resposta.
-  Você quer dizer “vagabundo”? Respondi.
-  Não gosto de dizer “vagabundo” ou “ordinario”... São palavras ofensivas, me chocam... Disse ela.
   Então perguntei:
 - E uma pessoa? Devemos chama-la de vagabal, se for o caso?
 - Não! Neste caso, devemos usar “vagabundo” ou “ordinaria” porque existe a intenção de notorizar
   (outra palavra “importada” com o significado de fazer obvio) a característica, ou defeito, se
   preferir, do individuo. Explicou ela...
   Achei muito interessante a colocação e, a partir daquele dia, resolvi incluir em meu vocabulário, e usar com frequência, a nova palavra que acabara de aprender.
   Tenho certeza que aquele rosto, aquela mulher, aquela delicadeza e sofisticação jamais me sairão da memoria, assim como jamais abrirei mão da nova palavra apendida, e seu significado adequado.
   Por isso, `a próxima vez que você quiser “pejorizar” (palavra que não existe em nosso idioma, mas deveria, significando “tornar pejorativo”) algo, sem ser agressivo ou vulgar, seria conveniente o uso de “vagabal” para atingir este objetivo.
   Na realidade, o uso da palavra “vagabundo” para qualificar um objeto mal fabricado, e’ incorreto... Vagabundo refere-se a uma pessoa e não a um objeto.
   Então, vamos inserir de maneira indelével esta nova palavra, que embora tenha sido pensada para conotar algo de menor qualidade, não ofende, não soa pesado e, assim sendo, preencher uma lacuna léxica ate' hoje existente. Trata-se de uma palavra alegre e divertida... Pense! Repita com você mesmo e me diga, se ao pronunciar, não chega imediatamente um sorriso aos seus lábios...
    Repita:
-  Isso e’ vagabal!








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