quinta-feira, 31 de maio de 2018

UM PAÍS SÉRIO










                                                    Um País Sério.








   No inicio do ano, com a finalidade de ajudar países que enfrentam problemas crônicos, o governo da Inglaterra criou a British Utmost National Development Agency ( BUNDA ). A ideia era que se conseguissem que estes países pudessem caminhar com as próprias pernas, parariam de pedir dinheiro emprestado, sabendo de antemão que não conseguiriam pagar esse eventual empréstimo, ja’ que, se tivessem o dinheiro para pagar a divida, não teriam necessidade de encher o saco dos que trabalham e são corretos. 
   Depois de uma inicial avaliação, descobriram que Malawi, Nigéria, Libéria, Burundi, Congo, Senegal, Venezuela, Bolívia, Colômbia se encontravam em situação caótica. Porém o que despertou mais atenção da BUNDA foi o “pepino” do Brasil.
   Os Ingleses ficaram horrorizados ao saber que um pais de proporções gigantescas como o Brasil, com mais de 200 milhões de habitantes, com um mercado potencial de dois continentes vizinhos, onde não se produz nada além de cocaína e terrorismo, atravessava tantos problemas...
   Normalmente, a causa de problemas econômicos de uma nação pode ser atribuída `a falta de matéria prima, falta de mão de obra adequada e qualificada, população escassa, falta de infraestrutura logística, falta de comunicação, entre outros aspectos de importância diminuída.
   Uma delegação de dez agentes desembarcaram no Rio de Janeiro, justificando que  entravam pela BUNDA, cracha’ que ostentavam  orgulhosamente na lapela.
   Um deles que falava Português, não gostou nada da brincadeira do agente da policia federal que gritou de dentro de seu guichê: “Você ai’, com a bunda no peito, pode vir”...
   Dali se dividiram por alguns estados, onde colheriam dados em diversas áreas econômico-sociais locais.
   Foram vários meses de pesquisas e estudos que culminou com uma reunião no Copacabana Palace, onde finalizariam seu relatório. 
   Brinc Adeira, diretor daquela delegação, constatou, por informações recebidas de seus colegas que o Brasil e' uma das maiores potências industriais do mundo. “Aqui se fabrica dede agulha ate’ locomotivas, navios e aeronaves”, informou um dos delegados.
 - Aqui reside um dos maiores mercados potenciais do mundo. Este pais exporta para toda América Latina, alem da China, Estados Unidos, alguns países da Europa e vários  da Africa. Informou outro delegado.
 - A mão de obra brasileira e’ uma das melhores do mundo, pelo que pude observar...  
   Fechava o relatório de outro gringo que tinha ate’ um encontro para aquela noite  
   com uma mulata que trabalhava em uma fabrica de calcinhas e que, segundo ele, 
   deixaria as Inglesas branquelas morrendo de ódio, ao desfilar ao seu lado, de braços 
   dados, pelas ruas britânicas, exibindo aquele traseiro de fazer inveja `a qualquer 
   rainha de bateria de escola de samba carioca, se ela por acaso aceitasse seu 
   pedido de casamento antecipado, mesmo antes da trepadinha programada para aquela noite. 
   Dr. Brinc soube também, por outro agente, que o pais possuía matéria prima de 
  qualidade e quantidade invejável...
  Depois de uma hora naquela reunião, onde só ouvira relatórios positivos a respeito do Brasil, sua cabeça começava a explodir... Não conseguia entender como um pais como este, com tudo a seu favor, não dava certo.
   Resolveu mandar todo mundo de volta para a sede da BUNDA e decidiu ficar sozinho, pelo tempo necessário para desvendar aquele mistério que contraria todas as normas racionais.
   Depois de ler todos os relatórios por mais de dez vezes, sem chegar a conclusão alguma, resolveu começar a estudar a politica e população do pais, seu caráter, sua interação social, sua educação, as relações familiares, entre vizinhos, patrão e empregados e assim por diante.
   Depois de algum tempo, ficou evidente que a maioria da população não tinha instrução, vivera toda a vida em um raio de 50 quilômetros de onde nasceu, não tendo por esse motivo uma visão global... Que o governo mantinha, deliberadamente, a falta de estudo acessivel, a maioria das pessoas eram facilmente influenciadas pela mídia. Constatou que políticos eram corruptos e, se não fossem, não conseguiriam cumprir seu mandato.
   Descobriu também que a maioria se “vendia” por alguns reais, que ninguém levava nada `a serio. Todo acontecimento, por mais grave e importante que fosse, era motivo de piadas e brincadeiras. Pode constatar que a maioria não dava importância ao trabalho, que seu trabalho não era motivo de orgulho, embora fosse capaz de desempenhar suas tarefas com precisão e desenvoltura. 
   Ficou óbvio, em suas observações que o governo manipulava a população facilmente, com propinas salariais, como 15 salários anuais, festas nacionais como carnaval e feriados santificados.
   Apóintensa interação, pode constatar que o único problema do Brasil era a falta de respeito.
   Falta de respeito `as leis, ao transito, ao vizinho, `a constituição, ao patrão, ao empregado... Falta de respeito aos poderes públicos `aqueles que os elegeram, falta de respeito `a opinião publica, aos outros países, falta de respeito `a moral e aos costumes.

   Em sua primeira reunião, apos voltar ao seu escritório em Londres, indagado pelos membros da delegação, chamou seu secretario e, `a frente dos outros membros, perguntou:
 - O que você está vendo escrito naquela caixa grande, atrás da porta do escritório?
 - PROBLEMAS CRÔNICOS - BUNDA. Respondeu o secretário.
 - Então, por favor, enfia o relatório do Brasil na BUNDA. O país não tem solução.

    Brinc Adeira pode entender, depois de mais de cinco décadas, a frase do general Charles de Gaulle: “O Brasil não e' um país serio”.






Copyright 5/2018 Eugene Colin.

sexta-feira, 25 de maio de 2018

TORTINHO









                                                                  Tortinho








   Abrildo Neto, filho de Carlos Abrildo Filho, e neto do Antônio Carlos Abrildo, era o homem mais bonito do país.
   Ja' havia sido publicado em todas as revistas destinadas `a mulheres que, como os homens, embora muitas não admitam, também gostam de ver homem pelado, ou quase...
   Não tinha como ignorar sua presença, onde quer que ele estivesse... O cara tinha mais de um metro e noventa, “six-pack” impecável, cabelos negros, olhos azuis, sorriso de galã de novela das nove, uma voz grave e macia, uma conversa capaz de convencer qualquer um a comprar bilhete de loteria expirado, e uma educação capaz de fazer Lord Inglês parecer jogador de futebol...
   Quando Abrildo passava, cabeça de mulher virava... Não tinha como...
   Mas, apesar disso, inexplicavelmente, seu apelido era “Tortinho”. Ninguém entendia nada! Os mais íntimos, quando lhe perguntavam a origem do apelido, ele desconversava, dava uma desculpa esfarrapada como: “quando era criança me inclinava ao chupar sorvete” ou outra bobagem similar...
   As namoradas, ou melhor, as pretendentes, ja' que nosso amigo, católico praticante, acreditava que so' devia namorar para casar, nada de trepadinhas inconsequentes que, eventualmente, podem trazer serias consequencias, nem se atreviam a perguntar a razão do apelido. Algumas ate' tentaram procurar por algo torto em sua fisionomia mas, nada... Tudo perfeito! O homem parecia um deus grego...
   Um dia, quando se preparava para uma sessão fotográfica para a revista “Men’s Health”, uma moca se aproximou, apresentou-se como a fotografa responsável pelo trabalho e, quando ouviu seu apelido, como ele a si mesmo referia, ainda segurando sua mão profissionalmente, começou a procurar por algum defeito ou anomalia, que houvesse motivado aquele apelido. Que nada! O cara era perfeito... Apenas repetiu: “Tortinho?” Murmurando, quase que para si mesma: "Não entendi!"
   Tudo acertado, começaram as fotos...
   A cada posição, aprovada pelo piscar da câmera, a fotografa se repetia: “Tortinho?” Aquele apelido começava a assombra-la e aguçar sua curiosidade. Em um intervalo, puxando conversa, indagando pelo apelido, recebeu uma desculpa mais improvável ainda do que a do sorvete. Desta vez, disse que, quando menino, ficava inclinado ao andar de bicicleta. A moça, sorrido, apenas deixou escapar um sorriso sarcástico, como se estivesse dizendo: “me engana que eu gosto.”
   Mais alguns minutos de descanso e, “de volta ao trabalho”... Posa daqui, fotografa dali, e toma foto... Gostosura, como era conhecida, que, diga-se de passagem era seu nome verdadeiro, estava pra la' do que feliz com o resultado daquela sessão fotográfica. Não so' estava o trabalho saindo melhor do que esperava, como também o cara era um, colírio para seus olhos de profissional super ocupada que não tinha tempo para dar uma trepadinha ha' mais de seis meses.
   De repente, prestando mais atenção, percebeu que o dedo mindinho do pe' esquerdo era totalmente defeituoso. Alem de “acavalar” sobre seu “companheiro” mais próximo, era virado para cima. Assim que “desvendou” o mistério, sorrindo pensou triunfante: “Ah! Ali esta' a razão do apelido..."
   Com tanta coisa grande pra olhar, a mulher foi reparar logo no menor pedaço de osso  do corpo do cara... Faça me o favor!!!
   Mais meia hora de excitamento e a sessão terminava...
   Gostosura estava tão feliz que ate' convidou o “modelo” para jantar. Tinha certeza que aquela companha das cuecas “mostra pra mim” seria um tremendo sucesso.
   Tortinho aceitou o convite, e’ claro! Afinal de contas, estava meio duro, quer dizer, sem dinheiro, como sempre. Quando a fotografa foi aquiescida pelo convite, percebeu que estava completamente molhada. Não pelo suor, ja' que a temperatura no interior do estúdio, onde a sessão acabara de findar, estava mais frio do que nariz de Nova Iorquino passeando no Central Park em dia de inverno.
   Educadamente, pediu licença para “retocar a maquiagem” antes de seguirem para o restaurante, quando na realidade o que queria mesmo era tentar “estancar” um pouco de seus “planos” que antecipadamente não paravam de escorrer de sua “memória”.
   Resolvido o problema, pelo menos temporariamente, seguiram conversando animadamente...
   Conversa vai, conversa vem, come daqui, bebe dali e pumba... Gostosura tascou o convite na cara do bonitão: “ Me acompanha ate' minha casa?”
   Adivinha se o cara aceitou?
   Primeiro; Gostosura fazia jus ao nome. Segundo; Abrildo ja' estava de “jejum” por algum tempo. Terceiro; ja' estava cansado de ver filme pornô toda noite. Quarto; `aquela altura havia ate' esquecido, pelo menos temporariamente, que havia prometido a si mesmo so' trepar depois de casado. Afinal, ninguém e' de ferro e, aquela mulher era um pedaço de mal caminho, como dizia sua avo'... Pelo menos teria uma chance de ser protagonista pelo menos uma vez.
   Combinado e feito... Depois do jantar, seguiram felizes para o apartamento de anfitriã.
   Agora, enquanto a moca, exultantemente se trocava, foi a vez de Tortinho pedir licença para “retocar sua maquiagem”... No meio de sua “preparativa", havia ate' esquecido, pelo menos temporariamente que havia prometido a si mesmo so' trepar depois de casado. Afinal, ninguém e' de ferro e aquela mulher era um pedaço de mal caminho, como dizia sua avo', quando Gostosura indagou se ele tinha preferência por algum lado da cama.
   Tortinho, tentando ser educado, sem querer gritar sua resposta, entreabriu a porta do banheiro para enformar que não se importava.
   Ao olhar para o companheiro, ao som de sua resposta, pode ver pelo entre-aberto da porta do banheiro que seu companheiro eventual olhava para ela enquanto fazia xixi. Seu primeiro instinto foi pensar: “Porra, esse cara vai mijar minha parede toda. Como e’ que ele pode acetar no vaso estando de lado para o dito?”
   Assim que Abrildo deixou o banheiro, la’ foi ela, desta vez para verificar o “estrago” perpetrado pelo parceiro... Olha daqui, examina dali e, nada! Tudo perfeito... O local estava ate’ cheiroso, sinal de que o moço não tinha nem peidado.
   Agora e’ que ela estava realmente encucada. Como era possível para um homem mijar de lado para o vaso? Deixa pra la’! Pensou ela... Tinha coisas mais importantes para pensar `aquele momento.
   Deitou ao lado do companheiro que, em baixo do lençol, por ela ja’ esperava e começou a alizar seu convidado que reciprocava os carinhos. O cara era realmente um Adônis. Corpo perfeito... “Um tezão!” Pensou ela. Quase que instintivamente, começou a passar a mão nas pernas do cavalheiro, tentando encontrar o que não saia de sua mente desde que viu, através da lente de sua câmera, aquele volume tentador, coberto desde a primeira cueca que havia usado naquela sessão fotografado.
-  Do outo lado! Disse Abrildo.
   Gostosura não entendeu nada. Um pouco assustada, apreensiva, curiosa, virou-se para o lado, procurando por algo que não sabia o que era, ou talvez, por sua empolgação não havia percebido acontecer... Não vendo nada, perguntou ao companheiro:
-  Você que que eu mude de lado da cama?
-  Não! Esta' bom assim! So’ disse para você passar a mão do outro lado, por cima da outra perna...
   Intrigada, ela levantou o lençol e, para seu espanto, encontrando o que queria, pode constatar que se tratava de um belo espécime, como um pepino em banca de legumes, aquele que certamente e’ o mais disputado pelas freguesas em dia de compras. Mas, ao invés de apontar para cima, cada vez mais crescia para o lado oposto ao que a moca se encontrava...
   E’ claro que `aquela altura com campeonato, não era hora de ser exigente ou perfeccionista... Era torto mas, com certeza, com jeitinho, seria capaz de fazer o “estrago” que ela estava esperando...
   No auge de sua satisfação, aproveitando aquele momento tão sonhado, não pode evitar o pensamento que, como uma voz interior, com um sorriso maldoso sussurrava aos seus ouvidos:
-  Agora sim! Finalmente descobri porque te chamam “Tortinho”.






Copyright 5/2015 Eugenio Colin

sexta-feira, 18 de maio de 2018

PER SEMPRE











                   Per sempre...







        Poco tempo ancora è passato...

        e, nella mia mente nulla ho dimenticato
        si dice che il tempo cancelli i ricordi
        o almeno li renda velati,
        ma quello che tra noi c'è stato
        niente e nessuno cancellare potrà mai,
        i tuoi occhi, il tuo sorriso,
        il tuo amore vero,
        i giorni con te passati,
        uno squarcio mi si è aperto nel cuore
        una ferita che porterò dentro
        e con essa un gran dolore,
        tutto mi riporta a te
        tutto mi parla di te,  
        vorrei che capissi i miei silenzi
        e poter riuscire a farti guardare il vuoto che ho dentro,
        l'orgoglio, l'odio, ci ha rovinto,
        io non ti ho mai tradita,
        e nemmeno il pensiero ho sfiorato
        ti avevo giurato con te o con nessuna
        ti sembrerà strano, forse non crederai
        un giorno mi auguro di reincontrarti
        e coi tuoi occhi guarderai
        che quest'uomo, il giuramento ha mantenuto
        nonostante tu non mi hai creduto,
        e mentre scrivo
        la gola è stretta in una morsa, mi attanaglia, 
        stringe forte, fino a togliere il fiato,
        vago senza una meta 
        i miei occhi ormai spenti
        non godranno mai più della tua luce,
        queste parole son dettate dal cuore
        non dalla mente,
        che ormai spenta
        nulla immagina, nulla pensa,
        ma tutto è fatto ormai
        e queste, lo so bene,
        sono parole che non leggerai mai
ti amerò per sempre.







Copyright 1/ 2001 Eugene Colin.

sexta-feira, 11 de maio de 2018

MOTHER'S DAY










                                                      Mother's Day









   When her mother, Ann Reeves died in 1905, Jarvis Reeves organized the first observance of Mother's Day at the Andrews Methodist Episcopal Church in Grafton, and later in Philadelphia, Pennsylvania.
   She chose the second Sunday in May because it was the closest to her mother's death. The white carnation, Reeves' favorite flower, became the holiday's symbol.
   Jarvis had no kids of her own but had a singular understanding of what Mother's Day should mean. For her, it was a day for children to visit their mothers at home and to remember the sacrifices that they had made. 
   She begun a letter-writing campaign, reaching out to anyone she thought could help to promulgate the idea.
   She wrote to president Roosevelt, Mark Twain, to every state governor, every single year.
   By 1914, when most states had already recognized the day, locally, the US congress passed a law designating Mother's Day a national holiday. One day later, president Woodrow Wilson issued an official proclamation.
   Today, over 90 countries celebrate Mother's Day on the second Sunday of May. Many other countries celebrate in some different dates.
   So, for you that are a mother, for you, that are about to become a mother, for the young ladies who one day will be a mother and even to some guys that became mothers for absolutely no other option, exercising his feminine side, here's my simple thoughts...

The things I never told you I'd like to tell you now;
Of feelings held contentedly in my heart, somehow;
Of thoughts and dreams, wants, and happiness too;
A Mother's prayer to finally share with you... 
Lord, govern their lives as you have mine,
Touch them with Your sweet divine,
Make them happy, guide their paths,
Tickle their funny bones, let me hear their laughs. 
Dry the tears sliding down their faces,
Hold their hands when the love heart races,
Make them stand tall when the burdens are great,
Prepare them to carry the loads of fate. 
Heal the hurts and sufferings of the spirit,
Make them listen until they hear it;
That sweet song of yours that will touch their soul
And carry them forward until they are old. 
Lord, let them see the meaning of life,
Protect them from the evils of strife,
Gently guide them in the path of your ways,
I pray, Lord, I pray for them everyday. 
I know, Lord, that I fell short many times;
In my guidance as "Mom" there were crimes,
Times that I failed to help them see
The beauty that you have bestowed around me. 
Take their hands and lead them forward
Give them strength to avoid the coward
And evil ones that lurk about
Waiting` to swallow them up and shout
The conquest of their gentle soul
Provide them the coin to pass the toll. 
Please make things right, Lord, once again
To help them to see the meaning of friend
And loved ones that hold them close to the heart
With a Mother that loves them, since the start.

   Happy Mother's Day...





Copyright 5/2018 Eugene Colin

quinta-feira, 3 de maio de 2018

O RABINO










   
                                                O Rabino


                                                        
                




        Parecia que o encontro da Comissão de Combate `a Intolerância Religiosa (CCIR) seria um sucesso absoluto. Assim era o que esperavam os responsáveis por sua realização `aquele ano.
   Pela primeira vez, representantes de mais de vinte diferentes religiões estavam reunidos. Depois do café da manha todos se dirigiram ao centro de convenções da igreja para primeiras apresentações, confraternização entre os representantes e inicio dos trabalhos.
   O juiz provedor da Igreja falou de esperança por dias melhores. “Esta fé tem que ser construída como o alicerce de uma casa. Espero que saiamos alegres por termos unido todos que, à sua maneira, tenham fé”. Seguindo o mesmo raciocínio, o pastor anglicano disse  acreditar que estamos convergindo para uma liberdade individual de credo. “Religião significa religar ao sagrado, aquilo que é luminoso, sobrenatural. É uma alegria ver que somos de várias religiões, mas estamos falando sobre a mesma coisa”, proferiu.
   Tudo corria como previamente planejado. Apesar de divergências profundas na maneira pela qual encaram a religião, aparentemente o respeito era a palavra de ordem daquele dia.
   Ao termino dos trabalhos iniciais, e para encerrar aquele primeiro dia do encontro, um almoço de confraternizacao estava preparado... Cada representante de cada religião tinha seu lugar `a mesa previamente demarcado, possivelmente de propósito colocando sempre, lado a lado duas religiões que mais se antagonizavam em suas crenças...
   Ao sentarem, cada um olhando para o outro com uma cara meia desconfiada, encontraram-se lado a lado um padre católico e um rabino.
   O padre olhava para o rabino com um olhar de gozador, com uma atitude meia superior mas, mesmo assim, conversavam amigavelmente... Descobriram, em meio `a baboseira que propositadamente conversavam, tentando evitar um “confronto religioso” que o padre torcia pelo flamengo e que o rabino era torcedor do botafogo... Ai o padre se sentiu mais poderoso ainda, e começou a gozação...
   A única coisa que o rabino conseguia dizer em sua defesa e, por extensão de seu time, era que o flamengo tinha o time mais feio do brasil, verdade incontestável, concordou o padre.
   Depois do vinho, o almoço, que mais parecia um banquete, por sua enorme variedade de carnes e saladas, começou a ser servido
   O padre, propositadamente querendo gozar o rabino, enche o prato com pedaços de um suculento leitão e, dirigindo-se ao rabino diz:
-  Posso lhe servir algumas fatias deste maravilhoso leitão?
   O rabino recusa dizendo:
-  Muito obrigado mas, não sabe que em minha religião não e’ permitido comer carne de porco?
-  Nossa! Que religião esquisita... Comer leitão e’ uma delicia... Comentou o padre, ironicamente.
   A confraternizacao continua e, aparentemente, apenas o padre instigava seu colega que, a esta altura ja’ estava quase lamentando sua falta de sorte.
   Ao final do almoço, ao se despedir, o rabino diz ao padre:
-  Mande minhas recomendações `a sua mulher...
-  Minha mulher? Não sabe que a minha religião não permite casamento de sacerdotes? Responde o padre, horrorizado.
-  Nooossa! Que religião esquisita! Comer mulher é uma delícia !!!....Mas, se você prefere leitão... Responde o rabino..





Copyright 1/2011 Eugene Colin