sexta-feira, 21 de junho de 2013

LE PERVERS






                                                         Le Pervers





   Ontem chegando em casa, ao parar o carro vi, pelo retrovisor, a Jeralda, filha da minha vizinha, correndo em direção `a casa ao lado.
   Sua mãe, que estava no portão recolhendo a correspondência, a recebeu.
   Ao sair do carro ainda ouvi seu discurso nervoso:
-  Sabe aquele tarado que dizem estar solto pela cidade? Sentou ao meu lado no Ônibus. Quase morri
   de medo...
   Quando ela viu meu sorriso, respondeu:
-  Não ri não! Eu quase morro de susto e você fica rindo? E' porque não foi com você... E se uma
   tarada sentasse ao teu lado, no ônibus, e quisesse te levar para casa dela? Disse a menina, afagando
   o proprio cabelo, uma das caracteristicas mais importantes, segundo ela, em sua aparencia.
   Não disse nada porque, certamente, ela não concordaria com a resposta...
   Uma tarada, ao meu lado, querendo me levar? Nunca tive essa sorte!
   Mas, escrevi um poema a respeito do evento...


   Subi no ômbus correndo,
   fugindo de um tarado,
   de medo o peito doendo
   virei e o vi' a meu lado...

   - Amor, toma essa balinha,
   pra adoçar sua boca.
   Eu sei que você vai ser minha,
   na sua cabeça oca...

   Desci do ômbus com medo
   correndo pra minha vo'.
   - Você acordou tao cedo!
   Me disse ela com do'...

   - Não e' isso não vovo',
   eu vi' um tarado na rua,
   me pegou quando estava so'
   distraída, no mundo da lua...

   Com meu cabelo na mão
   dizia que me amava.
   Gritei: - Me larga, se não...
   Me largou, enquanto gritava...

   Limpei o cabelo enojada,
   xingando a sua mãe...
   - Não faz assim minha amada!
   - Ici, prenez a ma main!

   Eu acho que era um Frances,
   falava todo enrolado,
   babando que nem Pequinês,
   fazendo um bico pro lado...

   Usando o computador,
   olhando noticias de gente,
   eu li com grande pavor:
   o tarado estava doente...

   - E agora, o que vou fazer?
   Perguntei para minha mãe.
   - Não sei o que te dizer!
   Vou pensar, te digo damain...

   - Falei com o meu doutor,
   contando o teu problema.
   Me disse com muita dor
   como resolver o dilema...

   - Vais ter que o cabelo cortar!
   Todinho! Deixa-lo pelado,
   pra então poder se livrar
   da doença daquele tarado...


Copyright 2013 Eugenio Colin

Nenhum comentário:

Postar um comentário