sexta-feira, 31 de março de 2017

L'INSTANT D'UNE PAUSE.








                              L’instant d'une pause.






L’instant d'une pause
Le bonheur est fait de rien
Et de mille petites choses
De se lever le matin
Sans plus en chercher la cause
De savoir que le chemin
Parfois peut-être morose
Et dans un sourire malin
Être prêt pour une pause
Il y a des jours où tous est gris
Et où l'on ne voudrait rien voir
Et puis, il y a notre coeur aussi
Qui nous conduit jusqu'au soir
Il y a cette solitude intense
Qui existe et qui est là
C'est dans ces moments je pense
Que je peux rêver de toi
À chercher, à tout comprendre
Je me demande si je verrais
Un jour les fleurs en décembre
Et la neige en été
Sur le site de mon coeur
Il y a tant de va-et-vient
Et j'en ressent la douleur
De la nuit jusqu'au matin
Le bonheur est fait de rien
Et de mille petites choses
D'avoir ta main dans ma main
 
Seulement, l'instant d'une pause...





Droits d'auteur 3/2001 Eugene Colin

sexta-feira, 24 de março de 2017

PORTA ABERTA...









                                                      Porta Aberta...








   Rosas vermelhas eram as suas favoritas e seu nome também era Rosa.
   Todos os anos, no Dia dos Namorados, seu marido as enviava, atadas com lindos enfeites.
   O cartão sempre dizia:
   "Eu te amo mais neste ano do que no ano passado. Meu amor por você sempre aumentará com o passar dos anos."
   No ano em que ele morreu, as rosas foram entregues em sua porta, do mesmo jeito.
   O cartão dizia:
   "Seja minha namorada, como nos anos anteriores."
   Ela sabia que aquela seria a última vez que as rosas apareceriam, pois ele tinha morrido e ela pensava:
   "Ele encomendou as rosas adiantado".
   Meu amado marido não sabia que ele iria... Ele sempre gostou de preparar as coisas com antecedência, pois, se estivesse muito ocupado, tudo funcionaria perfeitamente.
   Ela ajeitou as flores, colocou-as num vaso especial, e depois colocou o vaso ao lado do retrato sorridente dele. Sentou-se por horas na cadeira favorita dele enquanto olhava sua fotografia e as rosas.
   Um ano havia passado, e tinha sido difícil viver sem seu companheiro. Em solidão e isolamento havia sido transformado seu destino. Então, na mesma hora de sempre, como no Dia dos Namorados anterior, a campainha tocou, e lá estavam as rosas, esperando em sua porta.
   Ela levou-as para dentro e as olhou chocada. Foi ao telefone para ligar para a floricultura. O dono atendeu, e ela perguntou-lhe se poderia explicar porque alguém faria isso com ela, causando tanta dor.
   O dono disse :
-  Eu sei que seu marido faleceu há mais de um ano. Eu sabia que ligaria e iria querer 
   saber. As flores que recebeu hoje foram pagas adiantadas. Seu marido sempre planejou 
   adiante, ele não deixava nada imprevisto. Existe um pedido que eu tenho arquivado 
   aqui e ele pagou adiantado, você vai recebê-las todos os anos. E tem outra coisa que 
   você deveria saber: Ele escreveu um pequeno cartão especial ... Ele fez isso no ano 
   passado, e como eu descobri que ele não estaria mais aqui, aí esta o cartão... Ele deveria 
   ser mandado a você no próximo ano".
   Rosa agradeceu, desligou o telefone e suas lágrimas caíram copiosamente. Seus dedos tremiam, enquanto avançava devagar para pegar o cartão. Lá dentro, uma mensagem.
Então, em silêncio total, ela leu:
-  Oi, meu amor, eu sei que faz um ano que eu me fui e espero que não tenha sido tão
   ruim para você superá-lo. Eu sei que deve estar solitária e que a dor é grande, mas, se 
   fosse diferente, eu sei como eu me sentiria.
   O amor que nós tivemos fez a minha vida ser maravilhosa. Eu amei você mais do que  
   as palavras podem dizer, você foi a esposa perfeita.
   Você foi amiga e amante e me deu tudo o que precisei. Eu sei, isto foi há apenas um   
   ano, mas por favor tente não ficar triste. Eu quero que você seja feliz, mesmo quando   
   banhada em lágrimas. Por isso é que as rosas serão enviadas durante anos. Quando você 
   recebê-las, pense na felicidade que tivemos juntos, e como fomos abençoados. Eu  
   sempre amei você e sei que sempre vou amá-la. Mas, meu amor, você tem que
   continuar, você ainda está viva. Por favor, tente achar a felicidade, enquanto vive o resto
   dos seus dias. Eu sei que não é fácil, mas eu espero que ache algum modo. 
   As rosas irão todos os anos, e só irão parar quando sua porta não mais atender.
   Quando o entregador parar de bater; ele irá cinco vezes nesse dia, caso você tenha  
   saído, mas, depois desta última visita, quando ele não tiver mais dúvidas, ele levará as 
   rosas ao lugar onde eu o instruí, e colocará as rosas onde nós estaremos juntos
   novamente."
   Alguém especial você vai encontrar algumas vezes...
   Alguém que muda sua vida apenas fazendo parte dela...
   Alguém que faz você rir sem parar...
   Alguém que faz você acreditar que existe algo bom no mundo...
   Alguém que lhe convencera' que ali esta', apenas esperando para ver você através da 
   porta aberta...






Copyright 2/ 2011 Eugene Colin.

sexta-feira, 17 de março de 2017

REAL LOVE










                                                        Real love.






   "Can I see my baby?" the happy new mother asked.
   When the bundle was nestled in her arms and she moved the fold of cloth to look upon his tiny face, she gasped. The doctor turned quickly and looked out the tall hospital window. The baby had been born without ears.
   Time proved that the baby's hearing was perfect. It was only his appearance that was marred. When he rushed home from school one day and flung himself into his mother's arms, she sighed, knowing that his life was to be a succession of heartbreaks.
   He blurted out the tragedy:
   "A boy, a big boy ... called me a freak."
   Time passed... He grew up, handsome for his misfortune. A favorite with his fellow students, he might have been class president, but for that. He developed a gift, a talent for literature and music. "But you might mingle with other young people," his mother reproved him, but felt a kindness in her heart.
   The boy's father had a session with the family physician. Could nothing be done? "I believe I could graft on a pair of outer ears, if they could be procured," the doctor decided.
   Whereupon the search began for a person who would make such a sacrifice for a young man. Two years went by... Then, 
   "You are going to the hospital, Son. Mother and I have someone who will donate the ears you need. But it's a secret," said the father.
   The operation was a brilliant success, and a new person emerged. His talents blossomed into genius, and school and college became a series of triumphs. Later he married and entered the diplomatic service.
   "But I must know!" He urged his father, "Who gave so much for me? I could never do enough for him."
   "I do not believe you could," said the father, "but the agreement was that you are not to know ... not yet."
   The years kept their profound secret, but the day did come ... On one of the darkest days that a son must endure. He stood with his father over his mother's casket. Slowly, tenderly, the father stretched forth a hand and raised the thick, reddish-brown hair to reveal that the mother had no outer ears.
   "Mother said she was glad she never let her hair be cut," he whispered gently. 
   "And nobody ever thought Mother less beautiful, did they? Real beauty lies not in the physical appearance, but in the heart. Real treasure lies not in what that can be seen, but what that cannot be seen. Not in what is done and known, but in what that is done but not known lies the real love".




Copyright 11/2016 Eugene Colin

sábado, 11 de março de 2017

AMOR E LOUCURA...









                                                     Amor e Loucura...









   Em tempos atrás viviam duas crianças, um menino e uma menina, que tinham entre quatro e cinco anos de idade.
   O menino chamava-se Amor e a menina Loucura. O Amor sempre foi uma criança calma, doce e compreensiva. Já Loucura era muito emotiva, passional e impulsiva, enfim, do tipo que jamais levava desaforo para casa. Entretanto com todas as diferenças as crianças cresciam juntas, inseparáveis; brincando, brigando... Mas houve um dia em que o Amor não estava muito bem, e acabou cedendo às provocações de Loucura, com a qual teve uma discussão muito feia.
   Ela não deixava nada barato, estava furiosa como nunca com o Amor, começou a agredi-lo, mas não só verbalmente como de costume.
   A menina estava tão descontrolada que agrediu o garoto fisicamente e, antes que pudesse perceber, arrancou os olhos do Amor.
   O Amor sem saber o que fazer, chorando foi contar à sua mãe, a deusa Afrodite, o que havia ocorrido. Inconsolada, Afrodite implorou a Zeus que ajudasse seu filho e que
castigasse, Loucura.
   Zeus, por sua vez, ordenou que chamassem a garota para uma séria conversa.
   Ao ser interrogada a menina respondeu como se estivesse com a razão que o Amor havia lhe aborrecido e que foi merecido tudo o que aconteceu, embora soubesse que não fora justa com seu amigo, menina que nunca soube se desculpar concluiu dizendo que a culpa havia sido do Amor e que não estava nem um pouco arrependida.
   Zeus, perplexo com a aparente frieza daquela criança disse que nada poderia fazer para devolver a visão do Amor, mas, ordenou que Loucura estaria condenada a guiá-lo por toda a eternidade estando sempre junto ao Amor em cada passo que este desse.
   E até hoje eles caminham juntos, onde quer que o Amor esteja com ele estará Loucura, quase que fundidos numa só essência. Tão unidos que por vezes não se consegue definir onde termina o Amor e onde começa a Loucura.
   E' também por isso que usa-se dizer que o Amor é cego; mas isso não é verdade, pois o Amor tem os olhos da Loucura e, lado a lado, com bons amigos que foram estarao sempre juntos, Amor e Loucura...






Copyright 2/2013 Eugene Colin

sexta-feira, 3 de março de 2017

O PERFUME DA XERECA...










                                                  O Perfume da Xereca...








   Xereca acabara de chegar ao Brasil...
   Não sabia ao certo se estava de visita ou se veio ao pais para ficar. Por perder seu emprego em Nova Iorque, em uma decisão espontânea e, segundo algumas amigas, impensada, decidiu arriscar a sorte no Brasil.
   Ja' ouvira falar muitas coisas a respeito do país. Muitas boas, muitas más... Assim sendo, avaliando as possibilidades e constatando que o resultado de sua pesquisa "cientifica" era meio a meio, resolveu arriscar, contando com sua sorte que, para pensar a verdade não era la' muito favorável `as sua pretenções aventureiras.
   Xereca era muito bonita! Cabelos lisos, lábios finos, olhos alongados, sobrancelhas bem feitas, peituda e bunduda, capaz de fazer inveja a qualquer rainha de escola de samba do Rio de Janeiro mas, como nada na vida e' perfeito, tinha um gênio que ninguém conseguia aturar. A mulher era uma peste encarnada em gente. Brigava por tudo. Tinha pavio curto e prestes a explodir. Não admitia nenhum mortal olhando para ela por mais de um segundo. Mais do que isso era considerado um insulto passível de ser punido com um esporro, palavrões ou, se possível, ser atingido por um projetil improvisado.
   E' claro que suas opções eram, de certa maneira, limitadas devido ao fato de não dominar perfeitamente o idioma e, assim sendo, tendo que se contentar em insultos menores e mais familiares ao seu vocabulário parco ou xingar em Inglês mesmo, na esperança de que aquele ou aquela "filha da puta" entendesse sua língua natal. Mas, como toda boa insultadora profissional, estudava arduamente o novo idioma para poder, que sabe um dia, insultar de verdade, ao vivo e `a cores...
   Outra de suas características que parecia encantar a todos era seu perfume... Sem duvida ela era a Xereca mais perfumada do universo e, nunca repetia a mesma fragrância por dois dias seguidos. A porra da mulher gastava uma fortuna em perfumes caros, importados e da melhor qualidade, capazes de fazer inveja a qualquer francesa que não toma banho por quinze dias...
   Uma coisa importante que ela havia notado desde que chegou ao novo país e' que não a discriminavam devido ao fato de ser negra ou por ter um nome exdruchulo para os conceitos locais mas, como Xamiqua, Malia, Kalisha, Lashonda, Saniqua entre outros mais, por sua vez, comum em seu pais de origem... Pelo contrario, os homens ficavam era babando toda vez que ela passava, principalmente no escritório de advocacia internacional em que ja' estava trabalhando, emprego que facilmente conseguira encontrar para a felicidade geral dos sócios diretores, que não entendiam lhufas de Inglês mas, se aventuravam em fazer advocacia internacional... So' mesmo no Brasil! E tem mais! A tal da "americana" como era chamada, ja' que seu nome, no local onde agora vivia, tinha uma conotação adversa `a seriedade, principalmente em um ambiente de trabalho no qual as pessoas fingem ser serias...
   Ja' pensou ouvir: "Eu sou o melhor amigo da Xereca!" Ou, a "Xereca hoje esta' com o cabelo liso" ou "Antes de entrar na sala da Xereca, tenho que fazer xixi!" ou "Não quero ninguém aqui de gracinha com a Xereca!" ou "Deixa a Xereca em paz!" ou "sai de cima da Xereca para ela poder trabalhar!"
   Para evitar este tipo de chacota e' que os diretores decidiram que seria melhor chama-la de "americana"...
   Dr. Marpucio Chilidro', diretor majoritário da empresa ja' havia notado as olhadas de sobrolho arqueado que seu sócio Jose' Roberto Esperto vez por outra, sempre tentando disfarçar, dirigia `a direção da "americana", que por sua vez, com relação `a ele era sempre muito gentil e educada... Uma vez, em um dos primeiros dias que trabalhava, ficou mais de um minuto em frente ao "chefe", com aqueles peitos enormes praticamente na sua cara, com o pretexto de procurar por uma caneta para fazer algumas anotações pertinentes ao momento... O cara ficou ate' vesgo, sem saber ate' hoje se foi por causa dos peitos ou inebriado pela funcionaria. E'! Talvez ela tenha simpatizado com o chefe, o que em sua mente, neste caso, o tornaria imune `a insultos.
   O tempo passava e a americana se sentia cada vez mais `a vontade. Ate' havia saído do hotel de programa no centro da cidade, em que morou por algumas semanas, para o quitinete de cobertura na Avenida Atlântica que havia comprado. Seu Português ja' era ininteligível e, suspeitava que havia tomado a atitude certa em se mudar para o Rio de Janeiro.
   Em um Domingo, ao atravessar a avenida em direção `a praia, sem prestar atenção, tropicou em uma pedra solta na calcada e deu uma porrada no ombro de um cara que `a sua frente andava. Seu primeiro instinto foi o de soltar todo seu novo repertorio de insultos pra cima do cara mas, pensando bem, ele não tinha culpa por ter tropicado, pelo contrario, se não fosse aquele ombro "amigo e protetor" Talvez ala tivesse se estabacado toda.
   Alias, em fração de segundos descobriu que sua decisão de se conter havia sido acertada e providencial ja' que o tal do "ombro amigo e protetor" fazia parte do corpo de seu chefe Dr. Esperto.
Quando a americana viu o cara so' de sunga, peito de fora e apenas uma toalha enrolada no pescoço, ficou maluca. Alem de culto e educado, seu chefe era bonito pra cacete. Este, por sua vez, por algum tempo ja' vinha prestando atenção aos "atributos" da secretaria mas quando viu a funcionaria usando um fio dental minimo que não deixava nada `a imaginação, grudou na americana. Primeiro indagou se poderiam ficar juntos, depois de algumas horas de conversa agradável e reveladora, regada a guarana' e recheada por pão de queijo, a convidou para almoçar, convite que ela trocou pela oferta de cozinhar para ele em seu apartamento, no outro lado da rua.
   Ficaram juntos o dia inteiro e, `as nove horas da noite, ainda com assunto para conversarem por mais de três meses, decidiram, de comum acordo, que era melhor passarem a noite juntos. Esperto estranhou o convite mas, aceitou, e' claro. Afinal de contas ele era Esperto, não era burro...
Relaxados, depois de algumas taças de vinho, ja' no pega-pega que sempre antecede o whoopee, americana pede que ele tenha cuidado ao confessar que ainda era virgem, o que, apesar de completamente incompreensível ao Dr. Esperto, fez parar imediatamente seus projetos e taras imediatas.
   A principio a americana não entendeu nada. Sabia muito bem que era gostosa pra cacete, estava louca para se entregar ao chefe sem segundas intenções mas, mesmo chocada ouviu, quando Esperto a sentou `a sua frente, toda pelada, linda como nunca e falou...
- Americana! E' o seguinte: você vai achar que sou maluco mas, vamos esperar um pouco ate' nos
casarmos. Isto e'; se você aceitar casar comigo... Depois do dia de hoje, sei que temos muito em
comum e temos grande chance de sermos felizes... O que você acha?
   Xereca entrou em estado de choque e a única coisa que conseguiu dizer enquanto enxugava uma furtiva lagrima que inconscientemente deixara escapar foi:
- Holy Shit!

   Muitos anos mais tarde, agora ja' com uma filhinha que Esperto nomeou Maria, contrariando veementemente, e pela única vez, o desejo de sua esposa que pretendia batizar a menina de Chimbica, conversando com amigos, que admiravam mãe e filha, um deles comentou:
- Esperto, o que te atraiu mais na tua esposa?
  Ele respondeu:
- Apesar de uma mulher notável, linda, extremamente sexy, a primeira coisa que nela me chamou
  atenção foi o perfume da Xereca.







Copyright 2/2017 Eugene Colin