domingo, 1 de março de 2015

CRIATIVIDADE CARIOCA











                                                  Criatividade Carioca










   Hoje, a cidade do Rio de Janeiro comemora seus 450 anos. Homenagens estão sendo feitas por toda a parte. Ate' o Google esta' hoje prestando sua cortesia `a cidade. Dirigentes cariocas contudo, muito mais espertos, resolveram fazer o mesmo com alguns anos de antecedência...

   A criatividade Brasileira e' notória... Todos, através do mundo sabem que Brasileiros são capazes de dar no' em pingo d’água.
   Alberto Santos Dumont e’ um dos mais famosos inventores que com sua criação mudou, de uma vez por todas, os destinos da humanidade.
   Muitas outras invenções foram nascidas aqui, entre elas o lavador de arroz que, diga-se de passagem, nunca deveria ter sido inventado ja' que, todos sabem, e se não sabem deveriam saber que, lavar o arroz elimina todos os seus nutrientes além do que, acreditem, a água, em muitos municípios de nossa terra tem muito mais bactérias do que o arroz poderia ter e, e' claro, se não cair água da torneira, não tem como lavar nada...
   Algumas invenções porém são úteis. O chapéu dos formandos, o canudo pra tomar refrigerante, refresco e, ate' mesmo caipirinha, e a urna eletrônica, estão entre elas... Algumas geraram brigas jurídicas por décadas como a do "walkman", `a qual a Sony acabou perdendo, pagou muito menos do que o inventor ganharia mas, todos acabaram felizes e isto e' o que conta.
   Outras ideias nasceram alhures mas aqui foram amplamente aperfeiçoadas, como a corrupção , por exemplo.
   Deixa ver! Mentira de políticos... Não deve ter sido inventada aqui mas, se houvesse sido, na “Copa do Mundo das Mentiras Políticas”, duvido que o Brasil perdesse por 7 x 1 para algum país...
   E' claro que qualquer generalização  não e' verdadeira. Quando, comprovadamente, 95 por cento dos políticos mentem, ou mentiram no passado, ou quando 97 por cento dos políticos de um país são corruptos atuantes ou no passado “escorregaram acidentalmente”, não podemos dizer que todos são corruptos, ladrões ou mentirosos. Não seria politicamente correto.
     A habilidade também e' uma das qualidades inerentes aos do Brasil. Vide jogadores de futebol. A grande maioria e' habilidosa... E' claro que, vez por outra ouvimos falar de Serginho Chulapa, Fio, Ataliba, Negueba, jogadores que, so' de ouvir seus nomes, sabemos que os mesmos não “rimam” com habilidade. Mas, no mundo dos esportes Brasileiros existem também craques, como as “meninas” do voleyball, e ate' alguns lutadores profissionais, que sempre usaram doping mas nunca foram pegos... Pensando bem o uso de doping nos esportes não seria uma forma de corrupção? Ou seria apenas pura e simplesmente desonestidade?
   Refletindo melhor, e' necessário muita habilidade e criatividade para se conseguir ser um “bom” corrupto ou mentiroso, alem de muita cara de pau, e' claro.
   Mas o Brasil também, como toda grande nação tem seus problemas, alguns deles que recalcitrantemente parecem ser eternos e impossíveis de serem resolvidos... As grandes cidades Brasileiras sofrem de alguns desses problemas graves. 
   A reprodução da população apresenta, é verdade, um índice menor, hoje, do que há 40 anos, mas ele não nos salva da superpopulação. A agregação de 3,8 milhões de cidadãos a cada ano é uma das causas da desigualdade no Brasil. Nascem aqui mais da metade de toda a população da Finlândia. A superpopulação não cabe nas cidades, nas escolas, nos hospitais, nos cemitérios, nas cadeias. Ela deforma as cidades, perturba a quietude de ruas e praças, devasta matas, arrasa morros, seca rios, complica a mobilidade das pessoas.
   A população cresce a um ritmo maior do que a capacidade dos governos e da sociedade de administrar as necessidades dos cidadãos e oferecer-lhe serviços adequados e oportunos. Não se tem pensado em mecanismos, processos, sistemas para administrar grandes populações. A tendência dos governos se limita a massificar, hebetizar, alienar as multidões com a mesma facilidade com que se transforma um saco de farinha em milhares de biscoitos acondicionados num saco plástico.
   No Rio de Janeiro, por falta de espaço, ha' muitos anos, cada vez mais migrantes, a procura de melhores oportunidades, começaram a habitar os morros da cidade criando as “favelas”. Com o passar dos anos, as “favelas” cresceram, e desceram dos morros, tornando toda a cidade em uma enorme “favela” e isso incomodava políticos e dirigentes... Era preciso fazer algo!
   A primeira vez que o termo "favela" foi encontrado, no século 19, dicionários portugueses referiam-se a árvore favela muito comum na Bahia.
   Depois da Guerra de Canudos, na Bahia (1895 – 1896), soldados do governo que moraram entre as árvores favela, marcharam rumo ao Rio de Janeiro para aguardar seus pagamentos. Eles se instalaram em um dos morros do Rio, e renomearam o morro como “Morro da Favela”, em referência a árvore arbustiva nativa da localidade onde ocorreu a vitória contra os rebeldes de Canudos. O governo nunca pagou o soldo, e os soldados, não saíram, criando-se assim a primeira favela.
   Com o tempo, o termo “favela” se tornou pejorativo e preocupante, principalmente para políticos que, de uma maneira ou outra, tentavam “conquistar” os votos daqueles milhares de eleitores.
   Todos sabiam que neste ano de 2015 o Rio de Janeiro completaria 450 anos. Planejadamente ou não, o fato e' que, governantes locais decidiram que seria tempo de dar um presente `a cidade que "sempre amaram tanto?" Pensaram então, faze-lo antecipadamente ja' que, no ano dos festejos haveriam tantas comemorações que o ato histórico talvez passasse desapercebido...
   Por anos a fio, políticos e autoridades tentaram, de uma ou outra maneira, a erradicação  das "favelas", sem o menor sucesso mas, no final da primeira década do século vinte e um, o governo do Estado do Rio de Janeiro conseguiu o que muitos outros, desde o inicio do século passado, sempre tentaram e, para isso usaram as duas maiores qualidades do povo Brasileiro; a criatividade e habilidade... Isto seria, na mente daqueles políticos, o maior presente jamais dado `a sua querida cidade e, melhor ainda, antecipadamente.
   No final do ano de 2010 o governador carioca (nome usado pelos índios tupi: karaiwa (homem branco) e oka (casa) que juntas queriam dizer "casa do homem branco" `aquela época referindo-se `a cidade e que, partir do seculo XVIII passou a designar também seus habitantes), com muita habilidade, criando as UPP e as instalando em locais estratégicos, simplesmente mudou o nome de “favela” para “comunidade”, alcançando assim o objetivo por tantos anos sonhado por tantos: a erradicação  das favelas.
   Não mudou porra nenhuma, ao contrario, piorou muito! Hoje, as “comunidades” são dominadas por criminosos, enquanto as “favelas” eram apenas moradia dos menos favorecidos.
   Mas, verdade seja dita, não se pode negar, a cidade acorda hoje, dia primeiro de marco de 2015, quando comemora seus 450 anos, sem um estigma que a perseguiu por décadas. Não existem mais “favelas” no Estado do Rio de Janeiro e mais uma vez venceu a criatividade carioca.






Copyright 2/2015 Eugenio Colin

   
   
   
   

   

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