sábado, 3 de janeiro de 2015

O MENINO











                                                               O Menino







   Lourival acabava de realizar o maior sonho de sua vida... Ser Pai!
   Sua esposa, Regina, acaba de lhe dar uma menina linda. Clara como a neve, cabelos loiros olhos azuis, feições delicadas...
   Se Lourival não amasse sua mulher com fervor a coisa ia ficar complicada, ja’ que ambos tinham cabelos pretos olhos castanhos, pele morena e com características completamente diferentes da menina...
   Mas, Lourival era um homem justo e jamais duvidaria de fidelidade de sua amada esposa, a menos que alguém lhe provasse o contrario... E’ claro que se ninguém procurar por provas elas não caem do céu mas, deixa isso pra la'...
   Decidiram, de comum acordo, dar o nome de Valgina `a sua filha. Uma combinação dos nomes dos pais.
   A menina crescia feliz, em um ambiente saudável, sem menores complicações ou maiores problemas... Era uma boa aluna, estudava muito e desde de cedo manifestara seu interesse por crianças com TDAH ( Transtorno de Deficit de Atenção e Hiperatividade ), sintoma que acometia alguns de seus colegas na escola onde estudava.
   Por ter ouvido dizer que “é uma doença inventada pelos laboratórios farmacêuticos” ou que é uma “medicalização” de comportamentos de indivíduos que são simplesmente diferentes dos demais, estudou o assunto profundamente e, não concordando com esta concepção, se formou em pedagoga de crianças portadoras destas peculiaridades...
   Por toda sua vida Valgina nunca teve vergonha de seu nome. Sempre o expôs orgulhosamente em seus livros cadernos e agora em seu crachá de professora de ensino médio. A grande maioria de seus colegas a chamavam de Val, outros tantos de Gina. Com o tempo ela aprendeu `a responder pelos dois nomes, embora nunca houvesse entendido o porque das abreviações.
   Val estava muito feliz. Agora, finalmente começava a realização de um sonho de menina... Ensinar para crianças especiais.
   Todos os meninos adoraram sua professora. Quando perguntados alguns respondia `a  suas mães: “porque ela e’ linda” ou, “porque ela e’ boazinha” ou, “porque ela brinca comigo” ou ainda, “porque ela e’ paciente, coisa que a senhora não e’!”
   Um dia, uma das mães, ao chegar em casa com o filho, perguntou:
 Come e’ o nome da tua professora?
 Não me lembro! Respondeu o menino.
-  Mas, quando você que falar com ela como a chama? Indagou a mãe.
-  Professora!!! Respondeu ele.
   A mãe insistia em que o filho lhe dissesse o nome da professora sem ele nunca se lembrar, ate’ que um dia ela sugeriu:
   Hoje, durante a aula, presta bem atenção ao nome dela que esta’ escrito em uma
   plaquinha que ela traz na blusa, bem aqui, perto do coração... Quando chegar em
   casa você me diz... Sugeriu a mãe.
   O menino durante a aula não tirava o olho dos peitos da professora, maiores do que dois melões maduros... A principio ela pensou que o menino estava com segundas intenções mas depois, olhando bem para ele, resolveu perguntar:
-  Você gostou da minha blusa?
-  Não professora! E’ que minha mãe pediu para eu dizer seu nome e eu estou tentando
   ler e lembrar...
-  Tudo bem! Diga a sua me que meu nome e’ Valgina.
   O menino abriu um sorriso ao mesmo tempo que memorizava o nome.
   Ao chegar em casa a mãe perguntou:
-  Então, como foi a aula de hoje? Viu o nome da professora?
-  Vi, mamãe! Mas, esqueci! E’ um nome complicado...
-  Tenta lembrar meu filho! Disse a mãe, talvez ate’ com o intuito exercitar a memoria do
    menino.
-  Pera ai! Deixa eu pensar... E’ diferente! Hummm!
-  Lembrei! Disse ele com alegria, abrindo um sorriso feliz.
-  E qual e’? Perguntou a mãe.
-  Bucleta! Disse o menino.





Copyright 1/2015 Eugenio Colin




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