quarta-feira, 5 de junho de 2013

MILAGRE





                                                                 Milagre






   Milagre e’ um acontecimento extraordinário que, `a luz dos conhecimentos a nós disponíveis, da’-se de forma a sugerir uma violação das leis da natureza. Para grande parte dos teístas, sua realização e’ atribuída `a onipotência divina, sendo considerado como um ato de intervenção direta de Deus.
   `A luz da ciência moderna não há milagres verificados, ou seja, milagres não existem. Ora, se pudessem ser verificados, ou explicados, então não seriam extraordinários, inexplicáveis mas, apenas, um fato que, segundo `as leis da natureza, aconteceu...

   Fica a pergunta: Milagres existem ou não?

   Marculindo Traveiro era um sujeito admirável... No trabalho era querido por todos. Nunca, ninguém, em toda sua vida, tinha algo reprovável a dizer a seu respeito. Marc, era de boa paz, ouvia muito mais do que falava... Quando tinha que discordar de alguem começava dizendo: “Na minha opinião...”
   Minto! Havia uma pessoa que, ao contrário de qualquer humano, o detestava... Sua esposa, Maria Perfeito Malfeito. Para Mapema, seu apelido, Marc era o maior babaca que a humanidade poderia ter concebido. Para ela, seu marido era irrelevante, sem opinião própria, que concordava com tudo e nunca reclamava de nada.
   Um dia, chegou em casa com o pe’ todo enfaixado. Ao ser inquisitado sobre o que aconteceu, respondeu:
-  Dei a maior sorte hoje no trabalho... Tropecei em um bueiro aberto e quebrei dois
    dedos do pe’.
-   Seu idiota! Desde quando quebrar dois dedos do pe’ e’ ter sorte?
-   Desde quando eu não despenquei da escada do segundo andar, quebrei a bacia, a  
    perna, três dedos da mão, me ralei todo e ainda fiquei com uma puta dor na bunda  
    quando caí la’ em baixo, todo fodido...
    Este era Marc, um otimista exponencial...
    Para Mapema, esse tipo de atitude acabava com o seu dia. Segundo ela, seu marido deu azar e podia ter dado mais azar... Maneiras diferentes de encarar a vida!
  
    Mapema era alta, loira, olhos azuis, pele macia, dedos longos, unhas sempre bem manicuradas, pernas longas, sempre usando saltos altos... Feia que dava do’! Parecia uma tábua. Não tinha peito, não tinha bunda, tinha mal hálito, um chule’ horrível, talvez devido ao fato de detestar tomar banho.
-   Não saio de casa, não faço nada, não me sujo... P’ra que tomar banho? Ponderava
    vez por outra quando percebia que Marc fazia uma discreta careta, quando por ela
    passava, cruzando do banheiro para a cozinha, uma semana após o último banho de
    sua cara-metade.
    Mapema era o que podia-se chamar de cara de pau declarada...
    Uma vez, em uma festa de fim de ano no escritório onde seu marido trabalhava, deu em cima de um colega de Marc tão descaradamente que o mesmo, numa proverbial contrição humana, vociferou:
-  Acho que a senhora poderia ter um pouco mais de respeito por seu marido...
-  Por aquele babaca? Você esta’ com medo dele?
-  P’ra falar a verdade, estou com medo e’ da senhora...
   Meu filho! Isto aqui e’ uma máquina de prazer, se os botoes corretos forem 
   apertados...
-  Pode ate’ ser! O problema vai ser a senhora encontrar alguem que tenha a coragem 
   de querer verificar...
   E’ bem verdade que Marc não ere nenhum galã da novela das oito, nem aqueles que protagonizam porno-chanchadas nacionais mas, mantendo as mais ponderáveis perspetivas, era muito melhor do que sua esposa.

   Um dia, algum tempo depois de ter se recuperado da sorte que o fez manter seu pe’ enfaixado, chegou em casa triste e temporariamente deprimido...
-  O que aconteceu, quebrou os dedos do outo pe’? Indagou Mapema, com sarcasmo.
-  Não! Doutor Calado falou que ia fechar a empresa na Sexta-feira e hoje todos os  
    empregados foram demitidos. Respondeu.
-  Meu amigo, não vou nem esperar... Pega o que você puder levar e se manda agora. Se vou ter que
   trabalhar não vai ser para sustentar vagabundo. Disse sua esposa.
   Após algumas horas de argumentos, ponderações, reminiscências e ate’ parcas lágrimas resolveu que o melhor seria seguir sua vida ao invés de tentar voltar a água ao copo.

   Sem muito alarde, pegou seu carro, a mala de roupas que havia conseguido agrupar, e saiu... Dirigiu por alguns minutos `a esmo, sem direção. Acabou na Barra da Tijuca, sem saber porque, onde parou o carro no estacionamento de um hotel. Dormiu ali mesmo, mentalmente exaurido...
   Na manhã seguinte, depois do cafe’ da manha que degustou, ao lado dos que se hospedavam no mesmo hotel onde ele apenas estacionava o carro, sentou-se em um banco na calçada, bem de frente para a Avenida das Américas, coração do bairro.
   Olhava para os carros, apenas para se distrair, nem pensava em sua vida ou no próximo passo a ser vencido.
   Eram quase três horas da tarde quando ouviu uma explosão, seguida de uma freada que abruptamente o trouxe `a realidade. Colocando-se de pe’ instintivamente, pode reparar em uma mulher toda de preto, com chapéu e tudo, que parecia estar preparada para a cerimonia de casamento do ano, sair de dentro do carro. Olhava espantada, tentando concluir o que certamente havia ocorrido. Era evidente que aquela “moça” não sabia trocar pneu de carro, mesmo sem estar traumatizada como evidenciado.
-  Posso ajudar? Ofereceu Marc.
-  O pneu explodiu! Foi so’ o que a “senhora” conseguiu falar.
-  Deixa que eu resolvo. Acalmou ele.
-  Obrigada! Disse a “senhora”, assim que viu seu carro pronto para a estrada novamente.
 - Sem problema! Vai em paz...
   Marc voltou ao seu lugar, quase que automaticamente, como se aquilo tudo fizesse parte de uma rotina diária. `A noite, quando o movimento era quase esporádico, voltou ao seu carro, ainda estacionado no mesmo lugar... Quem sabe conseguiria dormir...

   O sol, que brilhava na moldura cromada do para brisa, acordou o benfeitor da desconhecida. Hoje, ligeiramente mais consciente, percebeu que não podia abrir mão daquele cafe’ da manhã “cinco estrelas” ja’ que, no dia anterior, havia sido sua única refeição.
   De pança cheia, ainda tentando pensar no que fazer, voltou ao mesmo banco que, de certa maneira, o havia acalmado anteriormente. Hoje porém, teria que começar a traçar o mapa de seus próximos passos. E’ claro que não poderia viver sentando naquele banco pelo resto da vida. As opções de trabalho, que por sua cabeça se sucediam, não eram muito promitentes... Artista de cinema? Meio complicado. Estivador do cais do porto? A estatura e o porte físico não ajudavam. Cabelereiro? Nem pensar! Empregado domestico? So’ se fosse para derrubar tudo e ser demitido no primeiro dia de trabalho por completa inaptidão. Alem do mais, com essa nova lei da domestica, vai ficar meio ruim de emprego...
   Garçom! Garçom da’ dinheiro... So’ não poderia trabalhar no estabelecimento onde estava “hospedado” no estacionamento por dois dias... Os “colegas” ate’ ja’ o chamavam de “doutor” ao servi-lo...
   Centenas de profissões desfilavam em sua mente sem que nenhuma, ate’ agora, houvesse recebido o selo de aprovação.
   Ainda pensava por quanto tempo poderia viver daquela maneira quando percebeu, vagamente, que alguem se aproximara e sentara a seu lado. Espontaneamente se moveu para o lado, procurando deixar mais espaço no banco.
-  Boa tarde, como vai? Ouviu... Lembra de mim?
-  Não! Ah! A senhora de ontem... Respondeu. E o carro, consertou o pneu?
-  Consertei! Muito obrigada! Você fui muito gentil...
-  Que e’ isso! Estamos aqui para ajudar uns aos outros, verdade?
-  Se todos pensassem assim!!! Estava a caminho de casa quando, tentando lembrar 
   de tua gentileza olhei para o lado e o avistei, sentado no mesmo lugar. Parei no
   estacionamento do shopping e vim te agradecer pessoalmente. Ontem estava tão  
   assustada que nem me lembrei...Desculpe me intrometer mas, você esta’ aqui desde
   ontem?
 - Estou! Respondeu Marc, meio desapontado.
 - O que houve? Gostaria de saber.
 - E’ uma longa história... Deixa p’ra la’!
 - Adoro histórias longas! Insistiu a “moça”...
-  Bem, digamos que estou, temporariamente, sem residencia...
-  Trabalho?
-  Sem trabalho também... Respondeu envergonhado.
-  Você tem condução?
-  Tenho! Meu carro esta’ estacionado aqui no hotel...
-  Vamos la’! Pega o teu carro, vamos ate’ o shopping, eu pego o meu e você me segue 
   ate’ a minha fábrica. E’ aqui pertinho, em Jacarepaguá. Hoje você dorme la’, amanhã
   vamos conversar a respeito do teu emprego. Estou precisando muito de ajuda...
 - A senhora nem me conhece...
 - Senhora? Tenho trinta e dois anos e você me chamada de “senhora” !? Vamos!
   Marc seguia `aquela estranha sem saber no que pensar. Sua mente estava vaga, ainda tentando verter os acontecimentos recentes.
   Ao chegar ao local, após uma viagem que durou apenas alguns minutos, Marc ficou surpreso com a sofisticação que encontrou. Pensava que iria encontrar uma fabrica de cachimbos ou agua-sanitária, ou parafusos, mas não aquilo que via. Na fachada, apenas o nome “Cappello” em letras purpuras, elevado em um enorme muro branco cintilante...
-  Que maravilha! foi o único comentário que ela ouviu.
 - Vem! Vou te mostrar onde você vai dormir... Estou de volta amanhã bem cedo para
   discutir seu trabalho...
-  Que loucura! A senhora nem me conhece...
-  Senhora? Novamente? Durma bem! amanhã de manha conversamos...
   Marculindo ainda não conseguira assimilar o que estava acontecendo... Apenas agradeceu sua sorte, em sua prece noturna e foi dormir.

   Eram seis e quarenta e cinco da manhã quando Alessa Donato, aquela Italiana alta, de cabelos vermelhos, olhos castanhos claros, sobrancelhas longas e arqueadas, lábios rosados, cujos pais haviam emigrado, de Nápoles para Minas Gerais, no tempo da guerra, chegou.
   Alguns minutos depois, Marc batia `a porta do escritório da “chefa”...
-  Bom dia! Tomei a liberdade de fazer cafe’ se a senhora não se importa. Disse Marc
   que, agora, vendo melhor, `a luz do dia, mal podia acreditar no que seus olhos revelavam...
 - Por favor! Senta aqui! Disse Alessa apontando para uma cadeira bem `a sua frente.
 - Meu nome e’ Alessa Donato! Muito prazer! Chega de me chamar de “senhora”...
 - Eu me chamo Marc! Quer dizer, Marculindo Traveiro mas, todos me chamam de   
   Marc, por motivos óbvios.
-  Marc, quero te ajudar mas, não posso prometer muito... Disse, ainda sorrindo. No momento, estou
   fazendo de tudo para  manter a fábrica funcionando. Ha’ anos nossas vendas vêm caindo
   drasticamente.
-  Bem, qual seria minha função?
-  Não sei ainda.
-  Dona Alessa, seria possível me explicar tudo sobre sua industria? Modus operandi e  
   tudo mais?
 - Marc, você esta’ curtindo comigo?
 - Desculpe! Alessa!
 - Aleluia! Finalmente! disse ela com mais um sorriso.
 - Você sabe o significado do teu nome? Perguntou Marc.
 - Não!
 - Bem, Alessa, significa Apaixonada e Donato significa Doado.
 - Você fala Italiano? Indagou Alessa.
 - Falo! Estudei na Itália, quando era jovem.
 - Acredite meu amigo... Nunca tive tempo de estar apaixonada... Meus pais faleceram
   quando eu era pequena. Comecei a trabalhar muito cedo, juntei algumas economias  
   e  decidi abrir meu negocio... Queria algo diferente. Quando menina, sempre gostei
   de chapéus, resolvi então fabrica-los. No início as coisas iam bem mas, com o tempo
   parece que as pessoas se cansaram de usar chapéu... Por outo lado, certamente não 
   terei nenhum problema em me “doar” `a pessoa certa.
 - E o que mais você fabrica? disse Marc, um pouco embarassado pela assertividade
   daquela linda mulher.
 - Nada! So’ chapéus!
 - Posso dar uma sugestão?
 - Claro!
 - Eu moro aqui, por algum tempo, tento te ajudar como puder, e não precisa me pagar.
   Quando a situação melhorar, voltamos a conversar. Que tal?
 - Mais generosidade? Disse Alessa.
 - Você não faz ideia de como ja’ me ajudou...

   Durante o dia inteiro Marc tentou aprender tudo sobre a empresa, desde a compra da matéria-prima ate’ a distribuição final do produto... Andava daqui p’ra li... Não falava  muito. Apenas observava, ouvia e pensava.

   No dia seguinte, `as sete da manhã ja’ estava de pe’, com um copo de cafe’ na mão e vários desenhos sobre a mesa da sala de reuniões. Ainda folheava alguns dos desenhos quando viu Alessa chegar.
   Ja’ com seu cafe’ a mão, escutava atentamente ao que seu novo empregado propunha...
 - Você dormiu esta noite? Indagou Alessa.
 - Muito pouco. Estava muito excitado com o mundo de possibilidades que encontrei 
   nessa empresa...
-  E eu pensei que estava falida...
-  Minha querida, estamos montados em uma mina de dinheiro...
   Pude observar ontem que esta industria e’ muito bem organizada. Os empregados
   são caprichosos e aparentam gostar do que fazem mas...
-  Ja’ sei! Produzimos algo obsoleto... Interveio Alessa.
-  Não! Pelo que pude ver o erro esta’ no marketing. Primeiro, acho que temos que diversificar.
   Penso que poderíamos ter tres linhas de produtos. Cappello di Testa, Cappello di
   Corpo e Cappello di Piedi
   Pense bem! Chapéu e’ algo que cobre, certo? Então vamos fabricar Chapéu para a
   cabeça, para o corpo e para os pés. Ou seja, chapéus, shorts e sandálias...
   Passamos a fabricar chapéus para mulheres e bonés para homens, dentro da linha
   Cappello di Testa. Shorts para meninas com dizeres: “Ne’ Pensare”, “Dall’altro lato”, 
   “Forse domani”, “Ai se potessi” impressos na parte de trás. Para homens, com
   dizeres como: “La cosa giusta” ou “Iniziare a correre” impresso na frente, dentro da
   linha Cappello di Corpo” e, sandálias com estampas variadas dentro da linha
   Cappello di Piedi.
   Ao invés de vender `as lojas, vamos colocar stands sofisticados e vamos consignar
   nossa mercadoria... Inclusive em alguns super mercados... Os preços devem ser bem
   acessíveis... Temos que basear nossos ganhos na quantidade...
 - E os investimentos? Perguntou Alessa.
 - Mínimo! Apenas vamos redistribuir os mesmos funcionários que ja’ trabalham aqui.
   Os desenhos eu mesmo faço, os contatos você ja’ tem...
 - O que mais gostei foi do teu entusiasmo. Ja’ se tornou parte de nós em tua mente. Comentou
   Alessa. Acho tudo ótimo! Devia ter furado aquele pneu a mais tempo...

   Em menos de três meses a situação da “Cappello” havia mudado completamente. As vendas aumentaram consideravelmente, principalmente devido `a implementação da loja virtual, agora responsável por quase oitenta por cento do faturamento.
   Marc praticamente havia dominado aquela empresa... Com sua maneira afável,jeito de bonacheirão, sua simpatia, sua maneira positiva de encarar imprevistos, havia criado um clima de otimismo contagiante.
   Alessa havia se tornado praticamente a tesoureira e secretária de sua própria empresa. Muitas vezes ate’ ficava surpresa ao se ouvir dizendo: “Não sei! Isto e’ com o Marc.”
  
 - Alessa! Disse Marc em uma daquelas noites... Você se importa se eu continuar  morando aqui?
   Sei que ja’ deveria ter mudado ha’ algum tempo mas, sinto que aqui e’ a minha casa... Nunca me
   senti tão bem em nenhum lugar que morei... Alem do mais, minha ex-esposa me mandou um
   e-mail ontem e eu dei este endereço para que ela mande os papéis do divórcio.
 - E’ claro que não! Respondeu Alessa. `As vezes eu penso como a vida e’ engraçada e  
   imprevisível... Como sempre, depois da tempestade vem a bonança... Jamais pensei que fosse
   encontrar a solução dos meus problemas aguardando por mim, sentado 
   em um banco, na rua.

   Diariamente, os dois ficavam ate’ tarde na fábrica. Parecia que ela não queria ir para casa... Ele, por sua vez, agora mais confiante havia ate’ arriscado uns olhares de cunho pessoal para sua “chefa”, sempre conjecturando em seguida: “O que uma mulher linda como essa vai querer com um baixinho, gordinho, quase careca, beirando os sessenta e, p’ra piorar tudo, duro... E’ bem verdade que a Sophia Loren também se apaixonou por um baixinho pançudo mas, isto e’ coisa de cinema... Jacarepaguá não e’ Roma...
   Algumas noites, na maioria delas a convite de Alessa, saiam para jantar juntos, inclusive no apartamento onde ela morava...
   O vento soprava de popa no destino daquela pequena empresa e nos dos que ela habitavam... Ha’ muito tempo, não conseguiam avistar horizontes tão promissores.

   Em menos de seis meses Marc havia conseguido mudar completamente o destino de todas aquelas vidas que dele dependiam. O que ele não sabia era que sua “chefa” estava começando a sentir ciúmes, principalmente quando ficava muito tempo la’ em baixo, conversando com as operárias que, de algum tempo para ca’, começaram a trabalhar de calças  justas, blusas entre-abertas e, maquiadas... Algumas ate’ com certo exagero

   Hoje, Alessa estava muito nervosa, desde que chegou para trabalhar. Olhando para Marc varias vezes, tentando encontrar o momento oportuno para a ele declarar seus sentimentos mais profundos, alguns dos quais extremamente pecaminosos e imorais... Iria propor que vivessem juntos. Queria confessar que nunca esperara tanto pela hora de trabalhar, que nunca sentia tanto a chegada da hora de ir para casa. Queria fazer do apartamento solitário e impessoal onde morava, o lar que, so’ agora, desde que conheceu aquele homem, pensava em construir...
-  Meu Deus... Fazei com que ele aceite! Pensava...


   Ta’ bom!
   Agora... Diz p’ra mim que não existe milagre...



Copyright 2013 Eugenio Colin

  






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