domingo, 22 de setembro de 2013

INSPEÇÃO






                                                            Inspeção






   A Casa da Criança era uma estabelecimento exemplar... La’ tudo dava certo. Os alunos eram felizes e adoravam a escola, os professores carinhosos com as crianças e dedicados ao trabalho...
   Neste semestre Josefina Grosso Safada havia sido eleita a melhor professora da escola. Seus alunos porem não eram os melhores colocados nas competições escolares mensais mas, se alguem falasse mal da professora, eles viravam bicho. Josefina era idolatrada...
   Alguns pais de seus alunos porem, reclamavam `a diretoria que os meninos e meninas nem liam muito bem e estavam atrasados em relação `a outros meninos da rua que cursavam a mesma serie.
   Um dia, resolvendo desvendar o mistério, o diretor da escola mandou instalar uma câmera oculta no teto da sala de aula de D. Safada bem sobre a mesa onde ela sentava. Pode constatar então, que ela ficava a aula inteira, com seu computador aberto, procurando namorados pala Internet. Os alunos, faziam o que queriam, liam revistas, rabiscavam as carteiras, “namoravam” as colegas... Tudo o que tinham direito. A única coisa que não faziam, instruídos pela professora, era algazarra. Assim, sem gritaria, todos pensariam que estavam estudando...
   Professor Merdolino Mendonça, o diretor da escola ficou revoltado.
   Não querendo se complicar com o sindicato, na tentativa de despedir a “melhor professora do semestre”, decidiu bolar um esquema no qual ela pudesse ser despedida sem que a escola tivesse participação no evento.
   Naquela segunda-feira foi anunciado que todas as salas passariam por uma inspeção do Ministério da Educação.
   Josefina Safada porem era esperta... Combinou com os alunos, que estavam muito nervosos, ja‘ que tinham consciência que não sabiam nada, que os ajudariam. Quando o Inspetor estivesse na sala, fazendo perguntas, ela descobriria uma maneira de ajuda-los. Instruiu que, na duvida, olhassem para ela, disfarçadamente. 

   No dia marcado, o Inspetor explicou `a todos que escreveria palavras no quadro-negro e escolheria um dos alunos para soletrar a palavra.
   Safada estava preparada...
   O Inspetor então escreveu a primeira palavra em letras maiúsculas bem grandes, para não haver duvidas. CANETA.
   Virou para a sale e, apontando para um menino disse:
-  Você, na primeira fila, pode soletrar esta palavra?
   Olhando para a professora assustado, percebeu que ela balançava uma caneta entre os dedos. Não titubeou...
-  CA-NE-TA! Disse o menino.
-  Muito bem! Disse o Inspetor.
    Voltou-se para o quadro novamente e escreveu; BORRACHA. Virando-se para a classe falou:
 -  Agora a menina com blusa vermelha na segunda fila. Soletre para mim!
    BO-RRA-CHA! Disse a menina, que entendeu o esquema e, olhando para a Professora, viu que ela agora brincava com uma borracha.
-  Muito bem! Repetiu o Inspetor.    Agora você, sentado em baixo da janela, pode soletrar para
   mim  a palavra que escrevi?
-  BO-TÃO! Exclamou o menino que viu a professora brincando com um dos botoes de sua blusa.
-  Professor Merdolino, os meninos não estão nada mal... Ponderou o Inspetor, dirigindo-se ao Diretor da escola.
-  Mais uma pergunta para você ai na ultima fila, com camisa preta. Disse Inspetor...
   Virou-se para o quadro e escreveu: SINO.
   O menino olhou para a professora que balançava a mão para cima e para baixo, com os punhos cerrados, como se estivesse segurando algo.
   A principio, o garoto não entendeu bem os gestos confusos de sua professora, mas depois, pensando melhor, abriu um sorriso e falou:
-  PU-NHE-TA!.









Copyright 2013 Eugenio Colin







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