domingo, 19 de abril de 2015

PRESIDENTA











                                                              Presidenta








   Naquele dia, Dilmilula acordou doenta, achava que sua barriga não estava condicenta com o resto de seu corpo. Havia permanecido jacenta toda a manhã, logo quando seria homenageada pela "Faculdade de Ciencias Emergentas do Estado do Sergipe"como a beneficenta do ano... As dores, que nela começaram inocentementas agora eram crescentas, talvez devido ao fato de ter sido displicenta no dia anterior quando, em um jantar na casa do presidento da comição docenta da entidade, foi imprudenta, enchendo a pança de pururuca, linguiça e outras iguarias inerentas `a cozinha mineira.
   A moça era remanescenta de uma família de benfeitores e, recentementa havia chegado `a cidade apenas para aquele dia. Não tinha a intenção se tornar uma permanecenta, havia deixado isto muito claro. Não queria parecer subjacenta, quando foi aquiencenta ao convite.
   Mas, o dilema ai estava... Ou ela arrumava um médico, que pudesse “resolver sua  vida” imediatamenta ou estava se arriscando a cagar nas calcas bem no meio da cerimônia. Sendo uma pessoa decenta, como sempre foi, não poderia permitir que  isso acontecesse, mesmo porque, não queria parecer padecenta logo no dia em que seria honrada.
   Ligou para a portaria do hotel onde estava e solicitou um médico...
   Dilmilula, mulher sobrejacenta, no entanto, estava reticenta, com medo de que o doutor, certamente desconhecido, quisesse tocar sua barriga, fato com o qual ela jamais poderia ser aquiescenta. Sabia que se alguém tocasse sua barriga, ai a coisa ficaria feia. Tinha medo de se borrar de rir. Sentia cocegas somenta ao pensar no fato.
   Mas, estava displicenta, embora complacenta, se via sem possibilidades de comparecer `a cerimonia, `a menos que sua condição fosse resolvida. O pior e' que sabia que não era inocenta... Sendo uma pessoa coerenta, entendia muito bem que so' a ela cabia a culpa de tudo que então acontecia.
   Finalmenta, tristementa sentada ao sofá de seu quarto, sem condições de se mover, segurando uma rolha, por via das duvidas, pacientementa aguardava `a chegada daquele que seria sua  última esperança...

   Se você achou que a historia da Dilmilula esta' cheia de erros, tem razão!
   Todas as palavras em destaque estão flexionadas erronementas, a menos que você seja daqueles, como muitos ministros do nosso governo, e ate' pessoas letradas, que insistem em pronunciar , ou escrever “presidenta”, palavra que não existe e nunca existiu em nossa lexicologia (palavras terminadas em ente não flexionam).
   
   Mas se você ainda insiste em pronunciar ou usar essa palavra, deixe de ser uma pessoa ignoranta e consulte teu pai.
   E se você quiser saber a origem de teu pai, fique sabendo que os dicionários são popularmentos chamados de “pai dos burros”. Essa expressão foi inspirada na profissão do pai de Aurélio Buarque de Holanda Ferreira, autor do famoso Dicionário Aurélio. O pai de Aurélio fabricava carroças muito aconchegantas, tanto para os passageiros que nelas iam sentados quanto para os próprios burros que as puxavam. Os passageiros, muitas vezes, diziam que não tinham nem palavras para elogiar o trabalho do pai dele. Assim, Aurélio fez um pequeno sumário de termos utilizados para os elogios. E este foi então seu primeiro dicionário. Nele, os usuários poderiam encontrar as palavras adequadas para elogiar o trabalho de seu pai.

   Agora que você ja' se se instruiu um pouco, por favor, pare de insultar pessoas inteligentas e pare de falar ou escrever “presidenta”..






Copyright 3/2015 Eugenio Colin


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