sexta-feira, 21 de março de 2014

CACETE IMPRESTÁVEL








                                                        Cacete Imprestável








   Marinaldo era o melhor colega de todos em seu trabalho... Exemplo para todos. Não fumava, não bebia e, como estava divorciado de sua mulher ha’ muito tempo, também não trepava. Não que isso fosse uma qualidade, por assim dizer mas, na hora em que, solicitado para um conselho, ou uma palavra amiga, o que freqüentemente acontecia, esta característica o colocava em uma situação de imparcialidade privilegiada e indispensável a qualquer conselheiro.
   Amigo para todas as horas, estava sempre presente em reuniões sociais acompanhando seus colegas de trabalho e, na maioria das vezes, sendo o motorista designado ja’ que, da turma toda era o único que não bebia.
   Marinaldo era feliz. Não se sentia frustrado por não ter uma namorada, primeiro porque isto era uma decisão sua e, segundo, e principalmente porque as colegas de trabalho não cansavam de dar em cima dele. Se quisesse, poderia sair, ou namorar, duas ou três por dia.
   Alem se ter um corpo de atleta de Olimpíadas e ser bonito pra caralho, corria uma historia, na empresa onde trabalhava que o cara tinha um cacete maior do que o de um cavalo o que deixava as mulheres malucas de curiosidades e desejos obscenos. Ele não confirmava nem desmentia, nem para os mais íntimos. Gostava de deixar sempre a duvida pairando no ar, ja’ que a especulação era a ele favorável e ajudava a botar seu ego la’ em cima.
   Marinaldo, por uma questão de respeito `as mulheres, uma vez que o banheiro do escritório da empresa para qual trabalhava era compartilhado por todos, costumava a fazer xixi sentado. Não queria que por descuido ou falta de mira, mijasse no assento ou na borda do vaso.
   Um dia, estava saindo do banheiro ao mesmo tempo que um dos colegas, Mimi, que, diga-se de passagem era gay e, por isso mesmo não conseguiu desviar os olhares do membro do Marinaldo, ja’ quase totalmente dentro de suas calcas. Pode porem observar que a ponta do mesmo estava ainda um pouco molhada. Assim sendo, concluiu, e espalhou por toda empresa, que o cacete do colega era tao grande que mesmo mijando sentado, a ponta atingia o fundo do vaso.
   Pra que! A mulherada começou a dar em cima do homem que nem abelha em volta da colmeia. Se Marinaldo não comeu quem não comeu foi porque não quis comer...
   O tal do Mimi então era uma praga. Não perdia uma oportunidade de esfregar a bunda no colega de proporções avantajadas.
   Como Marinaldo estava em “remissao” nenhuma das colegas pode comprovar a veracidade do fato e, por isso mesmo, ele continuava merecendo a atenção das colegas e a inveja dos colegas.
   Muitos deles estavam doidos para fazer Marinaldo tomar um porre. Muitas colegas ate diziam: “- Se algum dia ele ficar bêbado e abro suas calcas e verifico o tamanho do boato...”
   Mas o cara era osso duro de roer. So’ tomava suco de laranja onde noventa e nove por cento das bebidas servidas eram alcoólicas.
   Um dia porem, quando menos todos esperavam, em uma Happy Hour improvisada o moco ficou triste de repente... Aos poucos começaram a descobrir que estava fazendo, naquele mesmo dia, cinco anos que havia se separado de sua ex-mulher. Muitos ate’ achavam que ela ainda ocupava um lugar especial em seu coração.
   Sentados `a uma mesa redonda todos tomavam sua cerveja, comiam amendoim e castanha de caju. Menos Marinaldo! Ate’ que, de repente, instintivamente, passou a mão em uma garrafa de cerveja e começou a beber. No gargalo mesmo.
   Ses colegas não falaram nada. As mulheres começavam a rezar para que ele ficasse de porre e puxasse o cacete para fora, “ameacando” as ainda virgens.
   Marinaldo nem sabia beber. Na terceira cerveja, ja’ estava de porre, falando alto, passando a mão na bunda das colegas, que por sua vez ate’ estavam gostando, cantando em Inglês que nem sabia falar, enfim, dando seu próprio show...
   Depois de duas horas, agora tomando ate' Submarino, aquile drink que se coloca cachaça ou algo forte em um copinho de "shot" de cabeça para baixo dentro de um copo de chopp. O cara tava mais tonto do que bêbado profissional.
   De repente, quando menos esperava, deu uma vontade enorme de fazer xixi...
   Marinaldo saiu `as pressas em direção ao banheiro. Mal se aguentava em pe’. So’ conseguiu chegar inteiro ate’ o banheiro porque o bar estava cheio e aquele monte de gente servia de escora quando nosso amigo se desequilibrava, impedindo que ele se estabacasse no chão.
   `As dura penas chegou em frente a um vaso e, desta vez de pe’, se apoiando na parede, puxou o sinto fora das presilhas da calca e, o segurando com carinho,  começou a urinar. Ao terminar, balançou o cinto umas três vezes, colocando-o de volta nas presilhas da calca e deixou o banheiro.
   De volta `a mesa, mais aliviado, um de seus colegas olhou e percebeu que
ele havia urinado em suas calcas.
   Imediatamente, olhando para a enorme mancha molhada nas calcas falou:
-  Pô, cara! Tu mijou nas calcas...
   Marinaldo na maior calma olhou para baixo, passou a mão nas calcas molhadas, deu uma cheiradinha, tirou o cinto novamente das presilhas, ainda segurando o cinto em suas mãos olhou para ele  e, muito serio falou:
-  Também, com esse cacete todo furado...






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