quinta-feira, 18 de agosto de 2016

DUZENTOS METROS OLÍMPICOS












                                    DUZENTOS METROS OLÍMPICOS











  Ao virar a esquina da rua, ele viu três mulheres, ao redor de um Corcel II mais velho do que um baú de estimação, lutando para trocar um pneu, aparentemente furado.
   Um cavalheiro que era, se aproximou, oferecendo ajuda.
   Assim que se abaixou para colocar o macaco embaixo do carro, sentiu um saco preto sendo enfiado em sua cabeça, imediatamente sendo jogado no chão e, com a ajuda das outras duas, sentiu suas mãos amarradas violentamente, atrás das costas.
   As três o ajudaram, agora dominado, com a cabeça coberta, a se levantar e o jogaram no banco de trás do carro.
   Inicialmente, ele pensou se tratar de um assalto, pensamentos desfeitos assim que sentiu suas pernas acariciadas e ouviu o comentário das duas que sentavam no banco da frente do carro, dizendo uma para outra: 
-  Desta vez vamos “tirar a barriga da miséria”…
-  Tô morrendo de tesão! Exclamou a outra, em resposta…
   Calado, começando a aceitar a ideia, achava que, na pior das hipóteses teria uma experiência nova. Ouvia amigos contarem suas fantasias sexuais mas, era um homem correto e, na realidade, nunca tinha pensado nisto. Agora porém era diferente. Estava sendo forçado, consequentemente, não poderia se culpar moralmente. 
   Não tardou muito a chegarem ao destino.
   Ainda vendado, sentiu o carro parando e ouviu a mulher a seu lado dizer carinhosamente ao seu ouvido: 
-  Vamos meu querido! Chegamos! Cuidado para não se machucar… Você está
 bem?
   Aquela voz rouca, pausada e carinhosa começou a “despertar-lo”, fazendo com que ele sentisse, moleza nas pernas, arrepio no pescoço e enrijecimento em sua masculinidade.
   Carinhosamente era conduzido pelas escadas que subia sem saber para onde era levado.
   O perfume da mulher que o ajudava era sensual e inebriante, suas mãos eram delicadas e vez por outra, devido aos movimentos característicos que quem sobe uma escada, sentia algo macio tocar em seus braços…
   A esta altura ele já era cúmplice de suas raptoras, estava disposto a encarar as três, já que este era o que o destino lhe havia reservado.
   Além do mais, sua esposa, ultimamente, estava brigando muito com ele fazendo assim com que ele jejuasse mais do que beato na quaresma.
   Conformado com a ideia e ainda antecipando prazerosamente os acontecimentos futuros dos quais não tinha a menor noção, parou à entrada da porta do que concluiu ser um apartamento, residência de uma de suas raptoras.
   Assim que estava dentro do local, ouviu a porta ser trancada atrás dele e a mesma mão delicada que o havia ajudado por todo trajeto, tirar o saco que cobria sua cabeça.
   Levou um susto quando viu onde estava… Uma sala discretamente iluminada por luzes negras, bancos altos, acolchoados, que mais pareciam os braços de um sofá gigante, algemas penduradas na parede, como aquelas usadas para amarrar escravos antes de serem torturados, chicotes, e um verdadeiro arsenal de objetos adequados à sodomia.
   As três se aproximaram do prisioneiro ao mesmo tempo e, uma delas, que parecia ser a “chefe” falou: 
-  Meu querido, vamos soltar uma de suas mãos e algemá-la à frente. Se você 
   fizer algum movimento brusco ou tentar reagir, “Navalha”, minha amiga aqui, 
   disse apontando para a mesma que estava sentada ao seu lado, vai ajudar você 
   a se livrar do peso do seu “pêndulo”, Entendido?
   Ele apenas balançou a cabeça concordando em cooperar com as “senhoras”…
   Assim que viu suas mãos algemadas à sua frente, sentiu uma das mulheres desabotoando e puxando sua calça para baixo, com o que cooperou prazerosamente.
-  Olha só! Ele não usa cueca… Disse Navalha sorrindo e brincando com o 
   “brinquedo” do cara que, a esta altura, mais parecia o nariz do Pinóquio depois 
   de mentir o dia inteiro.
   Tarada, a que parecia ser a “chefe” do grupo olhando para ele, todo animado disse para as outras duas, sorrindo sarcasticamente: 
-  Parece que o “nosso amigo” já esta preparado…
   Sacana, a terceira do grupo, se aproximou do “prisioneiro” e, depois de cortar sua camisa com a navalha emprestada por sua amiga, começou a brincar com o seu “nariz” fazendo com que ele ficasse maior ainda.
   As três começaram a se despir, vagarosamente, proporcionando ao raptado uma visão que ele jamais pensou poder acontecer, nem mesmo nos melhores de seus sonhos.
   Puxa vida, pensou, elas são mais gostosas do que minha mulher…
   A única razão que o impedia de “avançar” nas três, ao mesmo tempo era o fato de estar algemado, o que não o impedia de babar mais do que neném recém-nascido fazendo gracinha.
   Por vezes pensava: “Não é possível, o que será que fiz para merecer tanta felicidade”?, enquanto apreciava cada movimento de suas raptoras.
   Completamente despidas, as três se aproximaram de Brolha, simultaneamente, começando a acariciá-lo, uma no rosto e no peito, uma nas pernas, outra no “nariz”.
   Àquela altura, concluindo que o ato estava prestes a se consumar ele indagou: 
-  Vocês tem preservativos? Acho que vou precisar de muitos deles…
   A pergunta do cativo provocou risadas convulsivas e generalizadas, o que ele não entendeu, a princípio.
-  Ele quer preservativo! Exclamou Navalha…
-  Essa é boa! Sorriu Tarada, ainda “brincando” com o “nariz” do prisioneiro.
-  O que você vai fazer com preservativos?
   Ele, um cavalheiro, não queria ser explícito e dizer que não tinha relações sexuais com mulheres estranhas sem o uso de preservativos.
-  Meu amor! Hoje você vai ter o prazer de ser nossa escrava… Hoje você vai ter o
   prazer de ser nossa mulher… Informou Sacana.
   Imediatamente o “nariz” dele, ainda na mão de Tarada, murchou mais rápido do que dormideira quando tocada de repente. Ele começou a suar frio
-  Trás ele para a cama! Ordenou Tarada, imediatamente obedecida pelas outras 
   duas que soltaram o prisioneiro da parede e começaram a conduzi-lo para a 
   “alcova nupcial”.
O homem não sabia mais o que fazer…
É bem verdade que tinha mente aberta e não temia experimentar, desde que fosse com a bunda dos outros, é claro. Como ouviu dizer uma vez, “bunda que mamãe beijou, vagabunda nenhuma põe a mão”, ou coisa parecida…
   Não podia capitular agora. Quando menino recusou até uma Monareta (ciclomotor que era o sonho de consumo em sua infância) em troca de um sarrinho de cinco minutos… Pensando bem, uma proposta muito tentadora para a época…
   É verdade que agora era diferente, aquelas mulheres eram bandidas profissionais, e estavam decididas a “jantá-lo”, com ou sem seu consentimento.
   Em um pensamento louco e desesperado até tentou imaginar sua própria imagem como uma galinha humana, de bruços, com os braços e pernas amarradas por uma corda, com o cu pra cima… “Coisa horrível” pensou, sacudindo a cabeça, tentando afastar aqueles pensamentos inusitados de sua mente sofredora.
   Depois de despido violentamente pelas algozes, como um último pedido antes de ser “executado”, disse:
-  Dá pra ir ao banheiro, antes de vocês começarem? Estou realmente muito apertado…
-  Navalha, leva o cara no banheiro… Olho nele! Disse Tarada.
   Ajudado por uma de suas raptoras, levantou, de cócoras, com muita dor, já que não mijava desde que saiu do trabalho, se arrastou até o banheiro.
   Tentou fechar a porta mas a raptora falou:
-  Para de frescura! Senta e mija logo antes que eu mude de idéia.
Assim que sentou no vaso, peidou sem querer… Acontece! Quando ouviu o som
característico, enojada, quase resolvendo desistir da idéia de sodomizar o “prisioneiro”,
   Navalha afastou-se da porta, tampando o nariz.
   As outras duas que estavam entretidas, preparando o local onde a presa seria usada, quando sentiram o cheiro tomando conta do ambiente que tinham tão carinhosamente perfumado com “Sensação Erótica”, perfume para ocasiões especiais que haviam adquirido um pouco antes de raptar a vítima, se dirigiram à porta do banheiro, tentando saber o que estava acontecendo.
  Àquela altura, tomado por pânico e coragem, ele levantou-se do vaso, correu em direção à porta, rodopiou velozmente, jogando duas de suas raptoras que tentavam impedir sua fuga ao chão e, se jogando pela porta com determinação, como nos desenhos de Tom & Jerry, fugiu, escada a baixo, completamente pelado, descendo os degraus cinco-a-cinco. Meteu o peito na porta do edifício que se escancarou imediatamente e, mesmo pelado, correu mais do que se estivesse treinando para a medalha de ouro dos duzentos metros olímpicos...








Copyright 8/2016 Eugene Colin.

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